Equipe técnica conhece potencial produtivo do feijão, de baixo carbono, na Reserva Extrativista Chico Mendes

Atendendo uma reivindicação do Fórum de Mulheres do Alto Acre e de membros da Câmara Temática de Mulheres (CTM), instância de governança do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), a equipe da Unidade de Coordenação do Programa REM Acre e do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) realizou uma visita técnica para conhecer o potencial produtivo do feijão de baixo carbono realizado pelas famílias da comunidade Pedro Horácio, no Ramal Santa Luzia, Seringal Amapá, às margens do rio Iaco, na Reserva Extrativista Chico Mendes.

Equipe técnica conhece potencial produtivo do feijão, de baixo carbono, na Reserva Extrativista Chico Mendes. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

A agenda realizada na quinta-feira, 8, foi coordenada pela presidente da Cooperativa de Produtores Agroflorestais e Agricultores Familiares de Brasileia (Coopergrãos) e suplente da regional Alto Acre na CTM, Jaira da Silva, e contou com a participação da engenheira florestal e especialista em monitoramento socioambiental, Érica Lima; consultora em agricultura familiar, Dinah Borges, ambas da Unidade de Coordenação do Programa REM Acre, na Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan); do chefe de regulação, Leonardo Ferreira e da secretaria executiva da governança do Sisa, Andreia Reis, ambos no IMC.

Na oportunidade, Jaira da Silva apresentou o forte potencial produtivo do feijão de praia e ‘rosinha’, que conta com a participação das mulheres da comunidade tanto no processo de produção, quanto no processamento da colheita.

Presidente da Coopergrãos de Brasileia e suplente da regional Alto Acre na CTM, Jaira da Silva, levou a equipe para conhecer o plantio de feijão de praia às margens do rio Iaco. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

Ao apresentar a equipe técnica, Jaira da Silva ressaltou a importância de estreitar as relações e inserir a comunidade nos espaços de governança do Sisa e da coordenação do Programa REM.

A reunião foi oportuna para ouvir as demandas e anseios das comunidades, que pediram para serem contempladas numa possível fase três do Programa REM Acre.

 

Presidente da Coopergrãos e suplente da regional Alto Acre na CTM, Jaira da Silva, apresentou o mapeamento da produção agrícola da comunidade. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

Nos últimos anos, as famílias do Ramal Santa Luzia têm aumentado sua capacidade produtiva, de forma sustentável, de baixo impacto ambiental, ou seja, zero desmatamento.

No ano passado, eles produziram 28 toneladas do feijão, sendo 17 do branco e 11 do ‘rosinha’. Para esse ano, a expectativa é de 37 toneladas [22 branco e 15 do ‘rosinha’].

Para 2024, produtores da comunidade Pedro Horácio, no Ramal Santa Luzia, estimam uma produção de 37 toneladas de feijão de praia branco e rosinha. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

A comunidade planeja realizar, no mês de outubro, o Festival da Colheita. O evento será uma oportunidade de promover a produção, atrair investimentos, projetos, valorizar o conhecimento e as tradições locais.

Programa REM Acre apresenta pioneirismo em projetos de baixo carbono

No encontro, a engenheira florestal e técnica do Programa REM Acre, Érica Lima, apresentou um breve panorama das ações e projetos implementados na fase dois do programa e dos esforços do governo do Acre para que seja firmado uma fase três.

O REM reúne uma série de projetos de baixo impacto ambiental que beneficiam os territórios indígenas, a produção familiar, os extrativistas, pecuária diversificada e desenvolve ações voltadas para o fortalecimento das instâncias de governança, comunicação, transparência e metas para Redução do Desmatamento e Degradação florestal (REDD+).

técnica do Programa REM Acre, Érica Lima, apresentou um breve panorama das ações e projetos implementados pelo Programa REM Acre. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

A especialista esclareceu ainda algumas dúvidas das famílias interessadas em ampliar a produção também do cacau nativo, subsídio da borracha, segmentos produtivos muito forte naquela região que pode gerar um incremento significativo na renda das famílias dos Seringais Guanabara e Amapá.

IMC convoca comunidade para escutas participativas

O chefe de regulação do IMC, Leonardo Ferreira, aproveitou a oportunidade para convidar a comunidade e fez um apelo para que as mulheres e os jovens também participem da escuta participativa, que marca a etapa inicial de construção das metodologias das consultas públicas, que será realizada na capital acreana, a partir de outubro.

Leonardo Ferreira reforçou a importância da participação das mulheres e dos jovens na escuta participativa sobre repartição de benefícios do Sisa. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

Leonardo Ferreira detalhou como se dará o processo e a importância da participação dos produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas  e povos indígenas na definição do processo de repartição de recursos referente a novas captações de fundos climáticos.

A secretária executiva da Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento (Ceva) do Sisa, Andréia Reis, ressaltou os avanços obtidos pelo governo do Acre no fortalecimento das instâncias de governança, a exemplo da CTM, que promove a igualdade de gênero dando voz ativa às mulheres e garantindo a participação efetiva nas decisões referentes às políticas públicas socioambientais.

Secretária executiva da Ceva, Andreia Reis, reforçou importância da participação efetiva das mulheres nos espaços de governança. Foto: Ângela Rodrigues/IMC

Saiba mais

Composta por cinco representantes da sociedade civil, das regionais do Acre, e outros cinco do poder público, a CTM é uma instância de governança do Sisa, que promove a igualdade de gênero dando voz ativa às mulheres e garantindo a participação efetiva nas decisões referentes às políticas públicas socioambientais. O IMC atua como coordenador técnico do Sisa e contribui, de forma estratégica, para o fortalecimento das instâncias de governança.

Foi a política do Sisa que possibilitou a cooperação entre o Acre e a Alemanha para implementação do REM (na tradução: REDD+ para pioneiros). A iniciativa reúne uma série de projetos voltados para conservação das florestas e melhoria de vida de milhares de produtores rurais, ribeirinhos, extrativistas e indígenas.

O REM é uma iniciativa da Alemanha, por meio do Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ) e do Banco KfW.  Na segunda fase conta também com apoio financeiro do Reino Unido, por meio do Departamento de Segurança Energética e Net Zero (DESNZ).

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