As mãos habilidosas e ágeis seguram a agulha e a linha, que rapidamente vão se enrolando e crescendo, criando uma peça cheia de detalhes e beleza. Esse é o trabalho que é realizado pelo projeto de ressocialização chamado Entrelinhas, que ensina as privadas de liberdade no presídio feminino de Rio Branco a fazer crochê. O governo do Acre, por meio do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), levou duas das detentas que mais se destacaram no projeto para a Expoacre Juruá, para expor as peças feitas por elas e pelas outras privadas de liberdade que participam do Entrelinhas.
J. F. N., umas das apenadas que está na exposição, explica que o projeto pode mudar vidas e faz planos para o futuro. “A gente estar aqui hoje é um sonho realizado. Esse projeto abre portas para quem quer mudar de vida. Eu estou aqui, mas não estou acreditando que estou participando disso tudo. É importante para mim, estar aqui representando todas as que fazem esse trabalho. Pretendo buscar mais conhecimento sobre o artesanato, me profissionalizar e tornar uma profissão quando estiver lá fora”, explicou a detenta.
A chefe de Estabelecimentos Penais da Unidade Penitenciária Feminina de Rio Branco, Dalvani Azevedo, explica que essa ação incentiva o retorno à sociedade com uma nova perspectiva. “As detentas que fazem parte do projeto têm a chance de se profissionalizar, de mudar de vida e regressar a sociedade de uma forma diferente. A gente trabalha para ressocializar e devolver essas mulheres para o meio familiar diferentes de quando entraram no sistema”, falou.
Entre os trabalhos de crochê expostos no estande do Iapen, estão os conjuntos de sousplat (jogos americanos), utilizados em mesa posta. Marlene dos Santos, que estava passeando com a família pelo estande, achou o trabalho em crochê muito bonito: “Achei lindo. Ficaria muito bonito em uma mesa posta, no natal ou em outra celebração, reunindo a família”.
O presidente do Iapen, delegado de Polícia Civil Marcos Frank, fala que é gratificante poder mostrar um pouco do trabalho realizado pela gestão: “A gente está tendo a oportunidade de mostrar o trabalho que a gestão vem realizando para ressocializar essas mulheres. É um trabalho feito por muitas pessoas competentes e que querem devolver à sociedade pessoas capacitadas, com uma chance de seguir a vida de uma melhor forma”.