Governo do Acre impulsiona negócios de cadeias produtivas da sociobiodiversidade

Com a proposta de conectar comunidades de inovação, experiências criativas e de negócios na Amazônia, além de cadeias produtivas incentivadas, o governo do Acre, por meio da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), promove o I Encontro dos Atores da Sociobiodiversidade. A abertura aconteceu na tarde desta quinta-feira, 1°, no auditório do Centro de Referência de Inovação para a Educação (Crie) em Cruzeiro do Sul.

Encontro reúne instituições governamentais e comunidades que trabalham com bioeconomia na região do Juruá. Foto: Marcos Santos/Secom

A presidente da Funtac, Iuçara Souza, lembrou que as atividades da instituição estão presentes nos municípios das regionais do Tarauacá/Envira e do Juruá. Para ela, foi oportuna a escolha da sede e o período do evento, em conjunto com a Expoacre.

“O objetivo é trazer informações, inclusive de como essas comunidades podem captar recursos, abordar os principais desafios e expectativas do desenvolvimento da bioeconomia, além de trabalhar práticas de capacitação sobre beneficiamento, transferência de tecnologia e potencializar seus produtos de forma sustentável”, informou Iuçara.

O titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Assurbanípal Mesquita, destacou as oportunidades de transformar em negócios, ações de empreendimento de pessoas que pesquisam e produzem com criatividade e inovação.

“O Acre está inserido nesse contexto da produção sustentável e tradicionalmente sabemos do nosso potencial de biodiversidade. O objetivo é transformar essas oportunidades em negócios, no sentido de gerar renda e trabalho, novas empresas com potencial de exportação. Nesse sentido, parabenizamos a Funtac, o Sebrae como instituição parceira e os atores que têm modelo de produtos em protótipo e em escala”, analisou Mesquita.

Comunidade Puynawa participa das capacitações em gestão e marketing. Foto: Marcos Santos/Secom

O diretor técnico do Sebrae-AC, Kleber Campos, destacou a estruturação do projeto de bioeconomia em parceria com a Funtac, organizando a governança e potencializando os ativos florestais. “Estamos no maior bioma, que é a Amazônia. Os ativos dessa floresta precisam se transformar em negócios. Os projetos embrionários precisam ser acelerados para entrar no mercado. Os já consolidados precisam ser aperfeiçoados com agregação de valores”, avaliou Campos.

Mais de 80 produtores participam do encontro que acontecerá até o dia 3. O indígena Fabrício Puyanawa veio da comunidade Aldeia do Barão, das cabeceiras dos afluentes do baixo Rio Moa, em Mâncio Lima, para participar do evento. Ele afirmou que “é sempre bom aprender novas técnicas de aprimoramento dos negócios”. A comunidade trabalha com sementes e mudas de abacaba, abacate e jatobá, com mais de 30 mil mudas plantadas.

Representando a comunidade Nova Cintra, na região do Rio Juruá, município de Cruzeiro do Sul, Queline Gomes de Souza falou da oportunidade de aperfeiçoar a captação de recursos para o manejo na extração do óleo de murmuru, feito há 13 anos com a ajuda de 400 coletores e participação de 250 cooperados. “É uma experiência nova que vamos levar desse encontro para ajudar no manejo florestal. A nossa comunidade tem contrato com a Natura, pode expandir seus negócios e ajudar mais famílias de forma sustentável”, disse Queline.

Representantes de comunidades indígenas e acadêmicos participam dos três dias de evento. Foto: Marcos Santos/Secom

Para o acadêmico de Engenharia Florestal, Arya Paiva Lima, os três dias de encontro vão oportunizar práticas extra sala de aula. “Uma experiência com quem atua na ponta, no meio da floresta, abordando práticas que vão enriquecer o nosso currículo”, enfatizou Lima.

O primeiro dia de evento contou com painéis sobre o impulsionamento de bionegócios, o papel do Sebrae no desenvolvimento das pequenas empresas, ações de conservação internacional e sabedoria popular das comunidades.

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