Segundo dia do Arraial Cultural é marcado pela criatividade de quadrilhas juninas

No segundo dia do Arraial Cultural, nesta quarta-feira, 17, o público presente no Calçadão da Gameleira foi agraciado com o resultado da dedicação de centenas de profissionais juninos com as apresentações de cinco quadrilhas. Os times são avaliados seguindo as diretrizes de cinco quesitos das apresentações: casamento, harmonia e conjunto; coreografia; figurino e originalidade. 

Com 55 componentes, a primeira apresentação da noite foi da Forrozeira Junina, de Porto Acre, com o tema “A Festa do Boto nas Noites de São João”, contando a lenda da criatura folclórica conhecida por tomar a forma de um belo homem ao sair dos rios para cortejar moradoras ribeirinhas. 

Rei e rainha vestem cores que remetem ao São João. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Acumulando as funções de maquiador, cabeleireiro, narrador e coreógrafo, Gelson Silva representou o seu município com muito orgulho de sua origem e de sua equipe, a qual ele os considera como uma grande família: “Além de tudo, costumo tratar todos como meus filhos. É um trabalho árduo, mas é prazeroso. Só de imaginar que eles poderiam estar em qualquer outro lugar mas escolheram estar aqui comigo lutando pela cultura é muito gratificante”. 

Forrozeira Junina traz em seus figurinos a simplicidade dos festejos. Com destaque nas cores, principalmente do casal da diversidade, a qual usa o preto para representar as noites em que o boto sai do rio. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Ele também fala: “Estamos trabalhando há seis meses para trazer esse lindo espetáculo para a população. Para a gente que é do interior as coisas são mais difíceis, mas com muito esforço e com Deus conseguimos ir longe”.

Casamento é de autoria de Josy Orakis, roteirista e noiva dos anos anteriores da junina. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

A segunda equipe a por os pés no tablado da Arena dos Folguedos foi a Explosão Junina, com o tema “Açaí, a Fruta que Chora”, com o espetáculo que celebra o fruto de cor roxo com grande valor nutricional e cultural para a região Norte do Brasil. 

Apresentação da Explosão Junina celebra um alimento saboroso que carrega grande valor histórico. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Diretamente de Plácido de Castro, com seus 60 membros, a junina apresenta elementos que remetem ao fruto em detalhes dentro da narrativa da festa junina, abordando a sua  importância, como também o papel fundamental da fruta em todo o país.

Junina em sua apresentação valoriza o valor da região nortista do país. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Minutos antes de começar o show, Mari Rocha fala sobre a expectativa de se apresentar na competição estadual: “Somos os vencedores municipais e estamos aqui com o coração a mil para fazer bonito”. 

Originada há 25 anos, na Paróquia Cristo Libertador do bairro Sobral, a junina CL na Roça destacou a primeira apresentação de um grupo da capital, Rio Branco. Com seus 70 componentes, o grupo adaptou a obra “Lisbela e o Prisioneiro”, com origem no aclamado livro de Osman Lins. 

História narra o rebelde amor à primeira vista entre um golpista e uma moça doce, que se voltam contra diversas formas de autoritarismo. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

O montador Luck Aragão fala sobre a definição da temática: “Sempre é um desafio escolher um tema, mas entramos em comum acordo em contar essa história por todos os integrantes gostarem muito do filme que conta essa bonita história. E buscamos fazer essa homenagem adaptando para o São João”. 

Apresentação junina se destaca pelo seu formato, com uma apresentação mais dinâmica engajando os seus espectadores. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Ele também destaca o momento da festa cultural organizada pelo governo do Acre: “É sempre uma alegria grande estar no Arraial Cultural. Esse é um evento fundamental que fecha o ciclo junino do nosso estado, culminando em espetáculos preparados com muita energia, carinho e amor”.

Na versão adaptada para o tablado junino, a apresentação leva o nome de “Florbela e o Prisioneiro”. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Com o diferencial de mesclar a cultura junina com o ritmo de dança lambada, a quadrilha Escova Elétrica também se apresentou na segunda noite, entoando um gênero musical de grande popularidade nos anos 70 e 80.

Quadrilha junina Escova Elétrica, em seu retorno ao São João, conta da época em que a dança da lambada explodiu no país. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Com origens na região Norte do Brasil, a lambada tem como base o carimbó e a guitarrada e carrega a influência por ritmos latinos como a cúmbia e o merengue. Puxando pelo visual, o grupo  introduz as tradições acreanas nas vestimentas, utilizando as cores verde e amarelo para homenagear a bandeira acreana. 

Figurino remete a cores características do Acre em saias armadas, populares na época da lambada. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Ganhando o público pelo fator nostálgico, a junina composta por 100 profissionais, em sua abertura, utiliza a canção “Balancear”, de Beto Barbosa, para ritmar a dança e cativar pela popularidade da música, a qual foi febre nacional anos atrás.

Casamento foi realizado em dois atos: no início da apresentação e no ato final, com o passo chamado caracol. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

A junina Pega-Pega, contando com a força de 140 membros, foi a grande esperada pelo público com o tema “São João de Todos os Tempos”, homenageando a tradição das festas juninas e a sua evolução ao longo dos anos. 

Junina prezou por manter as raízes culturais e o espírito festivo do São João. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Utilizando o tempo como fio condutor de sua narrativa, o grupo explorou momentos históricos e músicas icônicas que remetem às festividades de São João, principalmente de maneira sonora, com as populares “Olha para o Céu meu Amor” e “Forró Folia”. 

Figurinos característicos de chita e fitas coloridas também destacam o aspecto junino do visual da Pega-Pega. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

O enredo entoado transmitiu a mensagem tradicional de São João, a qual perdura e atravessa o tempo, mostrando seu poder de adaptação e crescimento, ao mesmo tempo em que as raízes culturais são mantidas. 

Pega-Pega se destaca pelo seu número de componentes, com 140 pessoas em harmonia voltadas para o amor em fazer cultura. Foto: Clemerson Ribeiro/Anac

Para os seguintes dias de festejo, o governo do Acre espera receber a sua população com mais momentos de exaltação cultural, entretenimento e confraternização entre famílias, até o dia 21 de julho, domingo, a partir das 18h.

Caso queira ver no conforto do seu lar ou prestigiar apresentações passadas, a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) realiza diariamente a transmissão ao vivo no canal do youtube oficial do governo do Acre e demais redes sociais institucionais.

Confira a galeria de fotos das apresentações:

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