Força-tarefa leva vacinação para mais de mil indígenas em aldeias no interior do Acre e reforça imunização nas comunidades 

Uma parceria entre o governo federal e estadual vacinou mais de mil indígenas contra a gripe e outras síndromes em aldeias de Assis Brasil, no interior do Acre. O trabalho, que envolve o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Alto Rio Purus (Dsei/ARP), por meio do Polo Base de Assis Brasil; a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre); o Programa Nacional de Imunizações (PNI) estadual e municipal de Assis Brasil e a Força Nacional do SUS (FN-SUS), quer atingir dois mil indígenas.

O reforço na vacinação é efetuado após o aumento de casos de síndrome gripal (SG), síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e doenças diarreicas agudas (DDA) em aldeias de Assis Brasil. Até esta segunda-feira, 15, foram vacinados 1.165 indígenas.

A meta do Ministério da Saúde e da Sesacre é vacinar uma população indígena de duas mil pessoas. Ao todo, foram registrados 337 casos de gripe e diarreia e dois óbitos de crianças na comunidade indígena de Assis Brasil, sendo 69 casos de DDA, 259 de SG e 9 de SRAG. Assis Brasil é uma cidade do interior do Acre que tem 8,1 mil habitantes, sendo que 1.195, ou seja, 15% da população, autodeclara-se indígena.

Vacinação é efetuada em aldeias de Assis Brasil. Foto: Arquivo EMSI

A equipe da Força Nacional do SUS, composta por dois médicos, dois enfermeiros e dois técnicos, está concentrada nas aldeias do Rio Iaco, no Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Alto Rio Purus. O Sistema de Informação da Atenção à Saúde indígena (Siasi) registra que duas etnias — Jaminawa e Manchineri — residem na localidade, totalizando 2,1 mil indígenas, distribuídos em 32 aldeias.

Kislane Dias, enfermeira Ponto Focal de Imunização da Divisão de Atenção à Saúde (Diasi)/ Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Alto Rio Purus (Dsei/ARP), reforçou que para essa força-tarefa a Sesacre tem fornecido imunobiológicos, enquanto o Dsei/ARP gerencia a logística de envio para as aldeias, por meio das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI). A Força Nacional do SUS também apoia essas equipes na realização das ações de imunização e assistência.

“Recentemente, o Estado do Acre antecipou a Campanha contra Influenza para grupos prioritários, incluindo crianças menores de 5 anos e idosos. Paralelo a isso, o Dsei/ARP adiantou a campanha para toda a população indígena de Assis Brasil, visto que os indígenas são considerados grupo prioritário em sua totalidade. Para isso, a Sesacre e o PNI estadual disponibilizaram duas mil doses de vacinas, sendo contra influenza e outras doses de rotina”, explicou.

Força Nacional do SUS dá suporte de profissionais para ações nas aldeias. Divulgação/MS

As ações de vacinação nas aldeias do Rio Iaco, segundo a enfermeira, foram uma resposta rápida e coordenada às causas da síndrome gripal que estava afetando gravemente a comunidade local. A operação envolveu a logística complexa de transporte de vacinas e profissionais de saúde para áreas de difícil acesso, utilizando helicópteros para alcançar aldeias isoladas com infraestrutura de saúde limitada.

“A colaboração entre diferentes órgãos foi crucial para o sucesso da missão, permitindo uma resposta eficiente e bem coordenada. A Prefeitura de Assis Brasil forneceu suporte local, enquanto a Força Nacional do SUS forneceu recursos humanos na área de saúde para contribuir com as ações de assistência do Distrito Alto Rio Purus. A equipe do Dsei/ARP, com seu conhecimento especializado e relação estreita com as comunidades indígenas, foi fundamental para a execução das vacinações e para a comunicação eficaz com os moradores”, relatou Kislane.

Esse tipo de ação pontual, avalia a enfermeira, não só ajuda a controlar o surto de síndrome gripal, mas também fortalece os laços entre as instituições envolvidas e as comunidades indígenas, demonstrando a importância da colaboração interinstitucional em situações de emergência de saúde pública. “O esforço conjunto resultará em reduzir significativamente os casos de gripe e proporcionando segurança para as famílias nas aldeias”, sintetiza.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter