Obter uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) custa em média R$ 2.500 em Rio Branco. Porém, para quem mora em áreas rurais, esse valor pode triplicar, já que, ao longo de todo o processo de habilitação, é necessário comparecer inúmeras vezes aos centros de formação de condutores (CFCs), localizados na área urbana, o que gera custos de deslocamento, alimentação e estadia.
Para garantir que os moradores da Rodovia Transacreana, nas proximidades da Vila Verde, tenham acesso aos serviços de habilitação, nesta quinta-feira, 13, o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) levou o Projeto Detran Itinerante à localidade, momento em que a banca de exames do órgão avaliou mais de cem candidatos.
“Nós trouxemos aqui cidadania e oportunidade para que as pessoas que sejam aprovadas possam transitar e escoar o que produzem dentro da legalidade, gerando renda e o sustento de suas famílias. Assim, estamos cumprindo a missão que o governador Gladson Cameli nos entregou, de trazer os serviços do Detran para próximo da população, proporcionando inclusão e cidadania ao homem do campo”, enfatizou a presidente do Detran/AC, Taynara Martins.
Ainda, a gestão do Detran/AC se comprometeu a voltar à comunidade, caso seja necessário aplicar retestes. “Essa parceria não se encerra aqui, caso haja alguma reprovação e seja necessário reteste, voltaremos para que ninguém fique com o processo de habilitação parado”, disse Matheus Paiva, chefe de departamento do Detran e responsável pelo projeto.
Dos mais de cem participantes, 70 realizaram o teste teórico e os demais testes práticos de primeira habilitação, adição e mudança para categoria D. Foi o caso da pecuarista Maria Sônia Luz, que foi aprovada para dirigir veículos de grande porte.
“Foi muito gratificante poder fazer a habilitação aqui mesmo. Em 2018 tirei a categoria B em um Detran [unidade fixa] e hoje estou mudando para categoria D, no Detran Itinerante. Isso vai ajudar muito a gente a mexer com a área de agricultura e pecuária e também a movimentar o gado e escoar a produção”, comemorou Maria Sônia.
De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Vila Verde e do Projeto Figueira, Dariveldo Lacerda, essa ação era um anseio antigo da comunidade. “Ter esse atendimento aqui era uma grande necessidade, porque muitos precisavam escoar sua produção e muitas vezes faziam isso na ilegalidade, porque precisavam garantir o sustento de suas famílias. Agora vão poder se deslocar até os mercados; nós agradecemos muito ao governo por ter essa sensibilidade”, enfatizou.
O diretor de Operações do Detran, Anderson Castro, reforçou a mensagem à comunidade: “A missão do Detran aqui é estar mais próximo de vocês”.
O que disseram
“Essa oportunidade foi maravilhosa, porque só de não precisar se deslocar da zona rural para cidade já é uma economia. Agora que fui aprovado as coisas vão ficar mais fáceis.”
Genivaldo Leite da Silva, produtor rural
“É um sonho realizado, quando esse projeto veio pra cá fiquei maravilhada e fico muito grata a todos que se empenharam para que a gente realizasse esse sonho.”
Valdiza Galvão, professora
“Nós somos produtores rurais, temos um gadinho e, para levar para o frigorífico sem habilitação não dava; agora vai facilitar mais.”
Geison Alves, produtor rural