As boas práticas ambientais desenvolvidas pelo governo do Acre foram apresentadas pela vice-governadora, Mailza Assis, no painel “A Nova Economia Florestal de cada estado”, nesta quarta-feira, 24, na reunião técnica da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Floresta (GCF), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Liderando a delegação do Acre, Mailza expôs como o Estado tem executado ações de combate às mudanças climáticas e caminhos para uma nova economia florestal.
O Acre reduziu 71% dos alertas de queimadas e 41% do desmatamento, se comparado a 2022. Na regularização ambiental, mais de 46 mil cadastros foram realizados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), totalizando mais de 15 mil hectares de área cadastrada.
Além disso, pelo Programa de Regularização Ambiental (PRA), mais de 480 termos de compromisso ambiental foram firmados e mais de 7.900 hectares de áreas de Reserva Legal estão em processo de recuperação, com o programa do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa), que foi o primeiro colocado no Prêmio de Excelência e Competitividade 2023, na categoria boas práticas, com o Programa REM, na fase II.
“Possuímos mais de 85% de área de floresta preservada e livre da ação humana. Trabalhamos integrados com a agenda da Amazônia 2030 para fortalecer o associativismo e o cooperativismo nas cadeias de produção. Estamos bem posicionados para liderar essa transição e levar para outros estados nossos modelos que deram certo”, destacou a vice-governadora.
Mailza acrescentou, ainda, que os elementos para impulsionar a nova economia florestal envolvem expansão da regularização fundiária, manejo florestal e reflorestamento, diversificação econômica com turismo ecológico, agricultura sustentável e produtos florestais não madeireiros, além de variedade de produtos da sociobiodiversidade, como açaí, borracha, castanha e óleos naturais, para diversificar a economia local.
Mediada por Fabiola Muñoz Dodero, a mesa contou ainda com a participação dos governadores da Bolívia, Regis Richter Alencar (Pando), Mario Aguilera (Santa Cruz); Óscar Montes Barzón (Tarija); da Colômbia, Luis Francisco Aguilar (Caquetá); do Peru, Antonio Leónidas Pulgar Lucas (Huánuco); René Chávez (Loreto) e Manuel Gambini Rupay (Ucayali); e os vice-governadores de Rondônia, Sérgio Gonçalves, e de Amazonas, no Peru, Leyda Rimarachin.
Mailza relembrou que em 2019, quando senadora, propôs um projeto para a criação do Parque Biotecnológico do Acre. “Precisamos de investimentos nessa iniciativa, que vai promover a integração entre instituições de pesquisa, empresas, governo e sociedade civil. Com isso, buscamos transformar recursos naturais em fontes de desenvolvimento sustentável e progresso econômico para a região”, explicou.
O governador de Santa Cruz de La Sierra, Mario Aguillera, anfitrião do evento, disse que o enfrentamento às mudanças climáticas precisa de agilidade de repostas, cooperação e integração entre todos os governantes.
O governador de Loreto, no Peru, Rene Chavez, gostou dos exemplos apresentados e disse que o estado é referência. “O que a vice-governadora trouxe foi muito importante para o nosso debate, pois mostrou alternativas que podemos adotar em nossas cidades”, comentou.
Em seguida, Mailza participou do painel de discussão “Financiamento climático e a Nova Economia de Base Florestal”, com governos da Noruega, Reino Unido, representantes do Fundo Amazônia, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O encontro reúne especialistas da área ambiental de 11 países para dialogar sobre práticas ambientais e cooperação pelo meio ambiente.
Participaram também as secretárias de Estado de Meio Ambiente (Sema), Julie Messias; de Povos Indígenas; Francisca Arara; a controladora-geral do Estado, Mayara Lima, e o diretor da Sema, André Pellicciotti.