Márdhia El-Shawwa Pereira, secretária de Estado da Mulher, foi a convidada desta quarta-feira, 27, do Govcast, o programa de podcast do governo do Acre, produzido no estúdio da Rádio Aldeia. Nesta edição, as jornalistas Andreia Nobre e Renata Brasileiro conversaram com a titular da pasta sobre as principais ações feitas ao longo do primeiro ano da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), bem como as atividades realizadas durante março, Mês da Mulher.
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Márdhia reiterou a reimplantação da pasta, relembrando que este foi um compromisso da campanha do governador Gladson Cameli. “Era um anseio das nossas meninas e mulheres, e já voltamos para mostrar a importância de fazer a diferença na vida de todas elas, com muito trabalho e ações de políticas públicas”.
Além disso, a titular da pasta reforçou que março, além de ser o marco de um ano de Semulher, é um mês de suma importância para as mulheres. “E é importante frisar que estamos integrando, em todas nossas campanhas, os estudantes e os jovens, para que eles não reproduzam hábitos considerados culturais”, explicou, exemplificando a Caminhada Pela Vida das Mulheres.
A caminhada foi feita simultaneamente na capital e em Cruzeiro do Sul, por meio do Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Juruá (CEAMJU) na segunda-feira, 25; e em Brasiléia nesta quarta-feira, 27, por meio do Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Alto Acre (CEAMAA).
Márdhia relembrou também que, nesta quarta-feira, houve a primeira reunião do Comitê do Orçamento Sensível ao Gênero (COSG). “E o Acre é o pioneiro neste quesito: saímos à frente, fomos o primeiro estado do Brasil a trabalhar com a transversalidade na aplicação em todas as áreas e programas de governo”, acrescentou.
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Segundo Márdhia, a cheia dos rios, afluentes e igarapés no Acre, que fez com que 19 dos 22 municípios acreanos ficassem em situação de emergência, chegou a adiar os planos da Semulher para o período, porém, as ações não pararam. A secretária explicou que, durante todo o período de enchente, equipes multidisciplinares da pasta estiveram – principalmente no interior do estado – em abrigos para levar orientação e conscientização às meninas e mulheres instaladas temporariamente nos locais. “Conversamos com as mulheres, estivemos com elas, justamente para que elas fossem acolhidas e orientadas, para saberem que estávamos lá por elas”.
Parcerias e programas
A secretária ainda relembrou o Impacta Mulher, programa que tem mudado a vida de mulheres de 11 municípios do Estado. “Mulheres, muitas vezes, estão no ciclo de violência por conta da dependência financeira do agressor. E os cursos que elas recebem foram escolhidos pelas próprias mulheres dos municípios. Com recursos de emendas parlamentares do então deputado José Bestene, contratamos o Senac Acre para disponibilizar estas qualificações e dar um emprego às vítimas”.
Durante a conversa, Márdhia relembrou que as parcerias são muito importantes para que os projetos saiam do papel. “Eu costumo dizer que sozinhos, até conseguimos fazer algo, mas com parceiros, fazemos melhor. É o caso do programa de extensão da Universidade Federal do Acre (Ufac) Mulheres da Amazônia, e por ele, estivemos em todos os municípios do Acre, junto com a Secretaria de Educação (SEE), levando a qualificação a estas mulheres do interior”.
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A titular da Semulher também reforçou a campanha Não Se Cale – que trabalha contra o assédio moral e sexual no trabalho – e o programa Zona Segura. “Este último, leva a qualificação a ambientes de lazer e diversão para que mulheres sejam amparadas nestes locais. Nós levamos o treinamento aos colaboradores destes empreendimentos, para que eles identifiquem mulheres que possam estar em situação de violência e as amparem”.
Márdhia explicou ainda sobre o trabalho da Semulher no enfrentamento à violência contra a mulher, e relembrou que o primeiro passo para uma mulher vítima é sempre o reconhecimento de que ela não está errada. “Muitas mulheres têm vergonha, mas é importante que ela denuncie. Vá com uma amiga, ou na própria secretaria, que realizamos o trabalho de escuta e acolhimento, além de assessoria jurídica”, falou, acrescentando com um apelo: “É cultural que pessoas não queiram ser testemunhas, por isso, se você vir uma mulher sendo agredida, ligue para o 180, ou o 190. As ligações são anônimas, e é importante lembrar que o feminicídio não é o começo, é o ápice do ciclo da violência, precisamos evitá-lo a todo custo”.
A ida recente à Organização das Nações Unidas (ONU) para a 68ª Sessão da Comissão sobre a situação da Mulher (CSW) também foi pauta durante o podcast e, de acordo com a titular, muito deve ser trazido ao Acre com a base no aprendizado da reunião. “Mulheres vivem situações semelhantes em todos os lugares do mundo, e programas que funcionam em outros lugares podem funcionar no Acre, e é o que pretendemos: conhecer novas ações para aplicá-las aqui”, disse, finalizando e pedindo que todas as mulheres que hoje são vítimas de violência denunciem seus agressores. “Não deixem suas famílias, não deixem seus filhos órfãos. Denunciem”.
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O Govcast é uma realização da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom). É transmitido semanalmente em cadeia pelas rádios públicas, Rádio Aldeia FM e Rádio Difusora, e nas redes sociais do governo do Acre.
Para conferir a entrevista completa é só acessar o canal do governo do Acre no YouTube, por meio do link: Govcast – O Podcast do Governo do Estado do Acre (youtube.com)