Em Cruzeiro do Sul, caminhada pela vida de todas as mulheres fortalece políticas públicas e o empoderamento feminino

“Não ao feminicídio, ao abuso e à exploração sexual de meninas! Não ao crime contra a mulher!”. A mensagem foi difundida pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), e parceiros, durante a caminhada pela vida de todas as mulheres, realizada nesta segunda-feira, 25, na região central de Cruzeiro do Sul.

O movimento, que acontece simultaneamente na capital Rio Branco e marca o encerramento das atividades do Mês da Mulher (março), fortaleceu políticas públicas e o empoderamento da figura feminina.

Caminhada iniciou no segundo distrito de Cruzeiro do Sul e encerrou no prédio da Semulher, próximo à Catedral Nossa Senhora da Glória. Foto: Marcos Santos/Secom

“Ao longo deste mês, estivemos nos abrigos, nas escolas e instituições que apoiam as mulheres, para levar autoestima, orientação e conscientizar as pessoas sobre a causa feminina. Hoje, finalizamos com uma caminhada, que contou com a presença de centenas de alunos da rede estadual, porque enxergamos os estudantes como multiplicadores de informações e agentes importantes no combate à violência contra a mulher. Estamos usando a educação como aliada, pois ela é um instrumento que nos ajuda a desconstruir ciclos de violência”, ratifica Jenilsa Silva, coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), que é coordenado pela Semulher em Cruzeiro do Sul.

Governo e parceiros reforçam as ações de apoio à mulher em situação de vulnerabilidade no Juruá. Foto: Marcos Santos/Secom

A atividade foi enriquecida com apresentações artísticas e oferta de serviços para as mulheres. “Este é um momento único, em que há uma união entre as instituições sobre o cuidado que a sociedade deve ter com a mulher. Antes, prevaleciam tabus quando o assunto a ser abordado era a violência contra as mulheres, mas hoje não. O que se observa é que existe um movimento, cada vez mais forte, entendendo que o processo de conquistas acontece gradativamente e que a mulher é afetada pela violência psicológica, moral, patrimonial, sexual e física”, disse Maria Lucia de Moura, coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres.

Lúcia Sara: “A sociedade passou a compreender melhor as formas de violência praticadas contra a mulher”. Foto: Marcos Santos/Secom

“Estamos nos unindo às milhares de vozes que ecoam pelo mundo. Temos que dar um basta em todas as formas de violência contra a mulher. Como um representante do sexo masculino, quero somar com a causa”, declarou o tenente-coronel Silva Lima, que é ex-comandante da Patrulha Maria da Penha em Cruzeiro do Sul.

Redução significativa de casos de feminicídio

A proteção à mulher, em Cruzeiro do Sul, conta com uma rede de apoio que vem alcançando índices significativos na redução do feminicídio. Há um ano, a modalidade criminosa não é registrada na segunda maior cidade dos acreanos.

Cruzeiro do Sul não registra casos de feminicídio há um ano. Foto: Marcos Santos/Secom

A conquista foi celebrada durante o evento. “É um momento para parabenizar todos os envolvidos, sobretudo as mulheres, que passaram a ter a iniciativa de nos procurar em busca de socorro. É uma rede ativa, formada pelo Estado, municípios e demais instituições, que têm combatido práticas criminosas contra o público feminino, atuando diretamente no rompimento dos ciclos de violência”, pontua Jenilsa Silva.

Estímulo

“Uma mulher da minha família sofreu muito com um relacionamento abusivo. Uma história muito triste, que me faz entender que a situação pode ser resolvida com a atitude de denunciar o agressor”. Com essas palavras, a jovem Jeisa Lima, estudante do primeiro ano do ensino médio da Escola Cívico-Militar Madre Adelgundes Becker, em Cruzeiro do Sul, descreveu a importância das atividades de apoio à mulher.

Apoio estimula a mulher a se libertar. Foto: Marcos Santos/Secom

A estudante, de 15 anos, pontua que, aliada às palestras e demais atividades realizadas em março, a caminhada estimula as vítimas a buscar equilíbrio para reestabelecer seu convívio em sociedade. “As atividades trazem ensinamentos que estimulam as mulheres a se libertar de casos de violência e de quem as pratica. Eu parabenizo os organizadores e todos os envolvidos”, disse Jeisa.

Reforço às políticas de apoio às mulheres na região do Juruá

Na segunda-feira, 18, o governo do Acre entregou, totalmente revitalizado, o espaço que abriga o Ceam, em Cruzeiro do Sul. O local reforça as políticas públicas de apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade na segunda maior região do estado.

Espaço, totalmente revitalizado e modernizado, foi entregue há uma semana pelo governo do Acre. Foto: Diego Silva/Secom

Moderno, amplo e acolhedor, o centro oferta cursos profissionalizantes, serviços de psicologia, orientação jurídica, assistência social, entre outras iniciativas. “O Ceam, em parceria com o Município, veio para somar na luta pela redução dos índices de violência contra a mulher, impactando positivamente no apoio às mulheres que se encontram fragilizadas na nossa região”, destaca Jenilsa Silva.

O que disseram

“A iniciativa conscientiza os jovens em relação ao respeito que a sociedade deve ter com as mulheres. Nossos alunos saem daqui orientados a como melhor tratar as mulheres, sobretudo as de casa, pois é no lar que deve se iniciar o respeito com as mulheres”,  Rosa Lebre, gestora da Escola Cívico-Militar Madre Adelgundes Becker.

No centro da foto, a gestora Rosa Lebre. Foto: Marcos Santos/Secom

“O governo do Acre, por meio dos esforços do governador Gladson Cameli e da vice, Mailza, tem se empenhado para transformar o Acre num lugar mais digno para as mulheres viverem. Hoje estou muito feliz, pois vejo nesta caminhada vários segmentos unidos, demonstrando que a sociedade cada vez mais atribui a importância que a temática merece. Isso só agrega valor à causa”, Wilsilene Gadelha, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH).

Wilsilene Gadelha falou da felicidade em ver a sociedade atribuindo importância à temática feminina. Foto: Marcos Santos/Secom

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