O governo do Acre tem atuado nos municípios afetados pela cheia dos rios no estado para dar apoio à população, em parceria com as prefeituras. A equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) distribuiu, neste domingo, 3, insumos transportados a Porto Walter.
O governador Gladson Cameli falou da importância da ação. “Estamos enviando os nossos secretários para atuar com os prefeitos no Juntos Pelo Acre, em uma união de esforços para reduzir os impactos da cheia”, reafirmou.
A titular da Sema Julie Messias subiu o Rio Juruá com sua comitiva, o prefeito do município, Sebastião Nogueira, e equipe, e a Defesa Civil Municipal, para acompanhar de perto a situação das comunidades Bananalzinho, Campo de Santana e Vitória e distribuir os insumos.
O Rio Juruá nesta segunda-feira, 4, continua com o nível acima de 12 metros, sendo a cota de transbordo, 10,70m.
Na zona rural, 90% das comunidades já foram afetadas pelas águas e o rio já está atingindo a urbana. Mais de 1,4 mil famílias estão atingidas e essa já é considerada uma cheia histórica. O número de abrigos subiu para seis. O município é um dos 19 do estado que decretou situação de emergência devido à cheia.
“Estamos distribuindo cestas básicas, água e roupas. O governo está, em parceria com o município, prestando apoio. Vamos ficar aqui em Porto Walter para acompanhar a situação”, afirmou a secretaria do Meio Ambiente, Julie Messias.
O prefeito Sebastião Nogueira, acompanhado pela secretária municipal de Saúde, Ana Flávia Melo, mais uma vez agradeceu o suporte do Estado.
“Ontem levamos a secretária para ver o panorama na zona urbana e hoje na rural. Estamos distribuindo, também, carne às famílias. Vamos passar com a secretária em todas as áreas alagadas, em especial na zona rural, para ela mapear e ver de perto a situação”, disse.
A agricultora Maria Lianete Silva mora com o marido e os dez filhos em uma das áreas afetadas pela cheia. Segundo ela, as cestas e as roupas que recebeu chegaram em boa hora. “Estamos precisando muito, a família é grande e perdemos nossa produção, que o rio levou. Estamos agradecidos”, disse.
A situação de Ari Ferreira, que também está abrigado em uma escola, é bem sensível. Ele morava com a família, composta por oito pessoas, na comunidade Belo Horizonte, em uma casa que tombou com a força das águas. “Agradeço a ajuda, deram sacolão, água, roupas pra todos. Mas não sei como vai ser, perdi tudo, minha esposa está doente na capital, nossa situação não tá boa”, desabafou.
A secretária Ana Flávia Melo abordou uma das apreensões da gestão. “A gente vem se preocupando com a questão da qualidade da água que a população está ingerindo. Estamos distribuindo hipoclorito, que conseguimos em parceria com o governo, e fazendo orientação sobre a água. Há preocupação com as doenças de veiculação hídrica, que são as diarreias, leptospirose e toxoplasmose, fora a atual situação da síndrome febrista, que a gente acredita que seja arbovirose. As famílias perderam tudo e essa atuação do governo no município, com a Sema, é fundamental para a nossa população”, relatou.