A Escola Presbiteriana João Calvino, de Rio Branco, está nas semifinais da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) mais uma vez. A instituição de ensino recebe recursos do governo do Acre para contratação de pessoal e, em contrapartida, não cobra mensalidade e absorve alunos da rede pública.
Única semifinalista do Acre na feira, a João Calvino tem sido referência no estado com relação a projetos que abordam temáticas importantes da sociedade.
O projeto que pode passar para a final é dos alunos do 2º ano A e propõe climatização sustentável para pequenos ambientes. O climatizador é feito de materiais recicláveis e reutilizados, de forma simples e prática. É utilizada uma caixa de isopor para manter a temperatura, um joelho de PVC, um cooler de computador de 12 volts, uma bateria de 9 volts e alguns fios elétricos, utilizando água gelada e gelo como combustível.
Desde 2013, a escola, que abrange os ensinos fundamental II e médio, tem se dedicado a incluir na grade escolar os eixos: ciência, tecnologia, meio ambiente e sociedade. O intuito é fazer com que os alunos entendam a ciência, saibam empregá-la no dia a dia, no que diz respeito ao meio ambiente, e levem respostas à sociedade.
Para Heloísa de Lima , de 16 anos, uma das alunas envolvidas no projeto, esse tipo de engajamento científico que a escola proporciona é importante para o desenvolvimento dos estudantes.
“Além de abrir a mente dos alunos para pensar de modo sustentável e ver as possibilidades que a sustentabilidade traz, nossa escola também trabalha bastante nessa ideia da produção de projetos, o que nos ajudou a ter a iniciativa em pensar em um projeto sustentável que ajudasse a vida das pessoas”, diz.
Após a coleta do material, a montagem da engenhoca leva cerca de 30 minutos. Uma ideia completamente sustentável, que trabalha a reciclagem e apresenta uma alternativa para amenizar os impactos das altas temperaturas.
“O aparelho será utilizado no refeitório da escola, com o intuito de climatizar o ambiente e futuramente se difundir em outros ambientes, como hospitais sem devida climatização, escolas rurais, ambientes públicos e até mesmo nas residências da população”, explica Paulo Cezar Augusto, um dos coordenadores do projeto.
Entre os projetos, há o biodigestor que substitui gás de cozinha, que ganhou o prêmio destaque da 21ª edição da Febrace e ficou com 5º lugar na votação popular; a placa solar feita de papelão e garrafa; e o aplicativo de Olho no Rio, que tem como finalidade a resolução dos problemas sociais. A plataforma contém vários tipos de informações importantes sobre os principais rios e seus afluentes.
O secretário de Educação do Acre, Aberson Carvalho, enfatizou que iniciativas como essa fazem com que os estudantes ingressem na área de pesquisa científica, fortalecendo a educação: “A equipe da escola e os estudantes estão de parabéns por essa conquista”.