O governo do Acre, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri) concluiu, na segunda-feira, 30, um diagnóstico socioeconômico indicando que a escassez de chuvas no Acre tem afetado a agricultura e pecuária, o que compromete necessidades cotidianas de nove mil famílias, prejudica 30 mil produtores e pode colocar em risco cerca de 40% da produção do estado, caso a situação persista.
Conforme o relatório elaborado pelos técnicos da pasta com base em dados fornecidos pelos 26 escritórios da secretaria no estado, os transtornos tiveram um pico de agravamento ao longo dos últimos 30 dias, criando uma condição de insegurança para lavouras e rebanhos, bem como inquietude sobre o que fazer diante do período de semeadura nas regiões.
Impactos financeiros negativos decorrentes das culturas prejudicadas também deverão fazer com que muitos produtores precisem renegociar empréstimos bancários.
O diagnóstico socioeconômico aponta ainda uma redução no nível dos rios de Rondônia e consequente prejuízo à geração de energia hidrelétrica, resultando em restrições no fornecimento e aumento dos custos de produção.
O aumento na incidência de pragas e doenças nas plantações, tornando-as mais vulneráveis a infestações de insetos e ataques de patógenos, também podem resultar em perdas significativas nas colheitas.
Outro dado preocupante levantado no relatório diz respeito à escassez de água potável, que tem ocasionado o aumento de doenças relacionadas à falta de higiene e ao consumo de água contaminada.
As florestas e os rios também se mostram afetados, com a morte de peixes e ameaça à biodiversidade.
“A seca prolongada revela o sofrimento que o fenômeno climático vem causando nas famílias, necessitando, inclusive, de um apoio do Estado para a segurança alimentar”, observa o diretor de Pesquisa, Tecnologia e Inovação do Agronegócio da Seagri, Tiago Almeida.
O gestor acrescenta que o diagnóstico deve nortear segmentos públicos e privados na tomada de providências de socorro às famílias.