Jovens e lideranças de 123 aldeias e 11 terras indígenas (TIs) do Povo Huni Kui, o mais populoso do estado do Acre, estiveram reunidos no Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, para o 1º Fórum da Juventude e Encontro Cultural dos Festivais e Vivências (Ecfest). O evento teve início na segunda-feira, 25, e se encerrou na noite desta quinta-feira, 28.
Reuniram-se integrantes de territórios de Marechal Thaumaturgo, Jordão, Tarauacá, Feijó, Santa Rosa, Manoel Urbano e Rio Branco.
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Organizado pela Federação do Povo Huni Kui do Acre (Fephac), o evento contou com apoio financeiro do governo do Acre, por meio de editais de fomento para o fortalecimento das manifestações culturais, do Programa REM Acre Fase II.
A programação contou com rodas de conversa, desfile tradicional, venda de artesanato, medicinas naturais, comidas típicas, pintura corporal, troca de experiências e muitos debates, abordando a luta da juventude Huni Kui desde a década de 70 até a atualidade, passando pela participação nos conselhos de cultura, as lideranças em contexto urbano como garantia de participação nas políticas públicas e a cultura do Povo Huni Kui, com seu potencial turístico.
Os participantes puderam também apresentar as demandas de seus territórios, sendo que suas propostas irão compor o planejamento para os próximos anos.
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O que disseram
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“A Sepi [Secretaria de Estado de Povos Indígenas] parabeniza a iniciativa e o importante apoio financeiro do governo do Estado, por meio do Programa REM. É muito importante que cada terra indígena se fortaleça e esteja organizada, para que possa acessar os recursos. Estamos empenhados para que esses recursos cheguem e estamos abertos para receber as demandas e dar agilidade para fortalecimento de nossa cultura e povo.”
Francisca Arara, titular da Sepi
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“Gostaríamos muito de agradecer o apoio do Programa REM/KfW e o governo do Estado, por ter nos ajudado com recursos a realizar esse primeiro Ecfest. É marco histórico para nós, a gente está se encontrando com nosso povo, nossos músicos, os pajés e as mulheres também. Vamos tirar um planejamento, para que a gente possa cada vez mais fortalecer essa parceria com o Estado.”
Txuã Huni Kui, presidente da Fephac, da Aldeia Nova Fronteira, do Alto Rio Purus, em Santa Rosa
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“Esse momento é histórico, nosso primeiro Fórum da Juventude; aqui estão nossos costumes, nossas tradições, nossos intercâmbios com os povos. Somos a nossa identidade e esse é o nosso projeto.”
Rasu Huni Kuin, da TI Kaxinawa, de Nova Olinda, do Alto Rio Envira, em Feijó, professor, pesquisador e doutorando em Linguagem e Identidade pela Ufac
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“Esse primeiro encontro de juventude dá visibilidade para os jovens, estamos debatendo a nossa luta, a nossa conquista, a nossa cultura. Isso pra mim é importante e traz visibilidade para mais mulheres e força para a juventude.”
Yaka Huni Kui, da Aldeia Chico Curumim, da TI Alto Rio Jordão, artista plástica
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“Muito importante para as mulheres estar tendo essa experiência pela primeira vez. Antigamente ‘nós não tinha’ essas coisas. A gente está muito feliz para mostrar nossas vozes, nosso valor e o nosso trabalho aqui também. Pra gente é muito, muito gratificante. É uma experiência boa, que continue sempre tendo essa força pra mulher indígena.”
Juliana Huni Kui, da Aldeia Nova União, do Alto Rio Tarauacá
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“Esse apoio se torna grande, dada a amplitude dessa ação, que trouxe aqui a juventude do Povo Huni Kui, que é o povo mais populoso de nosso estado. É preciso valorizar hoje, incentivar hoje o que tem sido feito hoje, a partir da proteção dos territórios e da floresta. Todo esse trabalho, em conjunto, para proteger a floresta, respeitando sua cultura e forma de viver.”
Nedina Yawanawa, diretora da Sepi