Objetivo é fiscalizar situações irregulares na unidade onde vivem 1,8 mil famílias em sete municípios
O Ibama e a Polícia Federal iniciaram nesta segunda-feira, 24, a Operação Resex Legal, visando implantar e consolidar o Plano de Reorganização da Estrutura de Gestão, Ordenamento Territorial e Regularização Fundiária na Reserva Extrativista Chico Mendes. A princípio, a operação atingirá as dez maiores áreas de criação de gado na reserva. Serão embargadas áreas desmatadas superiores a quinze hectares e com mais de trinta cabeças de gado. Os órgãos calculam que existam atualmente 74 criadores com boiada superior ao permitido e 297 famílias em condição irregular vivendo na reserva.
Numa segunda etapa, a operação chegará aos pecuaristas que receberam indenização do Governo Federal mas não desocuparam a terra e, pelo contrário, ampliaram suas áreas de pasto. O anúncio das ações foi feito pelos superintendentes do Ibama, Anselmo Forneck, e da PF, Alexandre Pinheiro. "É uma ação de fiscalização", explicou Forneck. "A PF atuará prestando segurança ao trabalho do Ibama, realizando perícia e atuando nos prováveis inquéritos", completou Pinheiro, que ocupa interinamente o comando da PF no Acre.
De acordo com o Ibama, na Reserva Chico Mendes vivem 1,8 mil famílias. A unidade foi criada em 12 de março de 1990 com uma área de 970.570 hectares nos municípios de Rio Branco, Capixaba, Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Sena Madureira. Nos últimos anos, ainda segundo o Ibama, cresceram as denúncias de irregularidades na reserva, sobretudo quanto aos desmates desordenados, ocupações ilegais e avanço da pecuária sobre a floresta.
Segundo dados fornecidos ao Ibama e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento chega a 4,7% da área total da reserva. Já existem recursos assegurados para a realização de um recadastramento dos moradores da unidade.