Uma equipe do programa Saúde Itinerante, da secretaria Estadual de Saúde, visitou a aldeia Nova Esperança durante o VII Festival Yawa. Foram três dias de atendimento e exames preventivos contra o câncer de colo de útero (PCCU). Cerca de 300 indígenas foram atendidos e alguns casos foram encaminhados para tratamento em Rio Branco. Os problemas de saúde mais comuns são micoses, diarréia, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mas também há quatro casos de hepatites B e C, uma preocupação para a aldeia.
“Nós trazemos alguns remédios – aqueles que nós prevemos a necessidade dada as condições do local que não tem saneamento básico ou esgotamento sanitário. O grande problema é a água potável, que precisa ser retirada de um poço e não do rio, como fazem. A medicação que falta é enviada depois, com as explicações de como utilizar”, disse Selene Maia, chefe da equipe do Saúde Itinerante.
O programa chega a realizar 50 mil atendimentos anuais em locais de difícil acesso no Estado. Fazem parte da equipe uma pediatra, ginecologista, e enfermeiros. “Na aldeia eles têm uma cultura diferente da nossa e por isso têm outra compreensão. Às vezes fica difícil entender a importância do tratamento, de tomar a medicação”, avaliou Selene.
As doenças que o pajé não cura
Uma das principais conseqüências negativas no contato com o branco sofrida pelos indígenas foram as doenças até então desconhecidas. Doenças que não são tratadas nos rituais de pajelança.
Um agente de saúde indígena, Manoel de Jesus Brasil Yawanawá, identifica na aldeia as pessoas doentes e tenta tratá-las com seus recursos deixados pela medicina dos brancos. Os casos mais graves são encaminhados para hospitais nas cidades próximas. “Mas todos os casos são levados para o pajé. Ele faz a cura e estipula um prazo de 24 horas para a melhora do doente, se não melhorar é encaminhado para o tratamento com a medicina convencional”, explica.
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