Na Escola Estadual Indígena Iva Sttiho estudam mais de 200 crianças. A educação é diferenciada e os alunos se esforçam ao dobro para aprender dois ensinamentos distintos: a dos índios e dos brancos. “A educação diferenciada nas escolas indígenas significa mostrar os dois mundos, mostrar que um não é igual ao outro. É preciso saber que diferenças são essas para valorizar ainda mais a nossa cultura”, ressaltou o professor Aldaiso Luiz Vinnya Yawanawá.
Nas aulas de educação física e artes as crianças aprendem a dançar, cantar, pintar os corpos, falar na língua indígena. Os velhos da aldeia fazem parte das aulas e orientam os professores na transmissão de conhecimentos tradicionais aos alunos. Ciências, geografia, história e matemática são ensinadas também com o viés tradicional, e são repassados junto com os conhecimentos contidos nos livros didáticos do Ministério da Educação.
“Queremos muito que os nossos filhos possam dar continuidade na administração do nosso território, que possam desenvolver projetos sem precisar sair da aldeia. Queremos inserir os conhecimentos do mundo de fora aqui dentro para que nossos filhos sejam a continuação da nossa cultura”, disse o professor.
Um dos sonhos Yawanawás é a evolução do ensino na aldeia. O Estado fornece o ensino fundamental num projeto pedagógico diferenciado.
“Temos um projeto de implantar o ensino médio junto à Secretaria Estadual de Educação, mas ainda não achamos que é o momento, porque queremos que os nossos professores sejam responsáveis pelo ensino médio também para que a interferência da cultura branca seja menor. A idéia é avaliar melhor perdas e ganhos no contato com a sociedade no que diz respeito a educação escolar”, salientou Biraci Brasil.
Aldeia conectada – Na aldeia Nova Esperança a Internet faz parte do mundo de paz em meio à floresta. Graças a um projeto organizado pelos jovens indígenas que vivem fora da aldeia, a comunidade Yawanawá ganhou uma sala de informática com 12 computadores.
