Na ZAP 4, a boa relação entre técnicos e comunidade tem sido marcante no avanço do projeto que leva qualidade de vida às comunidades do Palheiral
Francisca Costa da Rocha tem 45 anos e é vizinha de um inconveniente denominado "penicão do Bela Vista", piscina para tratamento de esgoto que nunca funcionou e acabou servindo apenas de nome à pequena vila que se formou no seu entorno.
Ela mora há dez anos numa das regiões de mais baixo capital social de Rio Branco, hoje instituída Zona de Atendimento Prioritário do Palheiral (ZAP 4), e desde que chegou ao penicão sempre teve a confiança dos moradores.
A ZAP 4 está recebendo o mesmo conjunto de intervenções que as demais e apresenta grau de complexidade de execução dos projetos semelhantes às outras, mas a relação de confiança entre os gestores da obra e a comunidade é algo crescente e marcante – e Francisca se apresenta nesse contexto como importante interlocutora entre os envolvidos. É ela quem busca a informação no escritório técnico e busca traduzir a notícia exata, conforme o que está acontecendo.
"As pessoas confiam em mim e me procuram para saber o que vai acontecer com elas, suas famílias, suas casas. Aí eu procuro o pessoal do Governo, fico sabendo das coisas e repasso para as pessoas", afirmou Francisca, que nos últimos dias tem sistematicamente rebatido boatos que invariavelemente geram apreensão entre os moradores, especialmente quanto à remoção das casas ao largo do igarapé que corta o bairro, um córrego bastante poluído que é braço do Igarapé da Maternidade.
A informação correta, dizem Francisca e os gestores, leva tranqüilidade aos moradores. A meta do Governo é mitigar ao máximo o impacto do projeto na rotina das pessoas.
"Ela se tornou um ponto de referência para a comunidade, estabelecendo laços de amizades com todos", observou Marcos Mustafa, administrador do escritório da ZAP 4. A presença praticamente ostensiva dos técnicos da Secretaria de Habitação de Interesse Social (Sehab) tem de fato estreitado esses laços. Para a socióloga Cristiele da Silva Santos, que atua na região do Palheiral, a comunidade está cada vez mais confiante no projeto. "Antes, a comunidade não vinha ao nosso escritório. Agora, atendemos moradores todos os dias", disse.
As ZAPs são um conceito de política pública para levar serviços básicos e estruturantes às comunidades mais carentes do Acre. Surgiram a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e, na região urbana, estão localizadas em fundos de vale em regiões de baixa urbanização, assentamento precário com baixo capital social, vulnerabilidade ambiental, elevado número de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria e com alto índice de pessoas envolvidas em infrações, contravenções e crimes.
Estudos ampliam assistência às famílias – O grupo liderado pelo engenheiro Wyllamys Cordeiro do Nascimento, responsável geral pela obra, tem uma atividade de campo intensa. As visitas domiciliares são feitas regularmente e há avaliações, diagnósticos e relatórios sócio-econômicos sendo preparados, de modo que estão sendo ampliados os processos de assistência às famílias. O cadastro de indenização, por exemplo, tende a priorizar mulheres chefes de família.
Mesmo com as complexidades típicas de um projeto desse porte, as obras avançam. "Até o fim do ano teremos prontos cerca de 400 metros de revestimento no canal, com galeria e saneamento da bacia", garantiu Cordeiro.
{xtypo_rounded2}Você sabe o que é ZAP?
As Zonas de Atendimento Prioritário (ZAP’s) são um conceito de política pública para levar serviços básicos e estruturantes às comunidades mais carentes do Acre.
As ZAP’s surgiram a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o mapeamento mais detalhado que o Estado produziu acerca de seu território, população e recursos, naturais ou não.
Zonas de Atendimento Prioritário, na região urbana, estão localizadas em fundos de vale e as rurais estão em terras indígenas, unidades de conservação, assentamentos tradicionais e assentamentos diferenciados. Nas cidades, as ZAP’s apresentam baixa urbanização, assentamento precário com baixo capital social, vulnerabilidade ambiental, elevado número de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria, e com alto índice de pessoas envolvidas em infrações, contravenções e crimes. {/xtypo_rounded2}