Objetivo é levar vacinas, atendimento médico e medicamentos à comunidades de difícil acesso
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Com o objetivo de levar vacinas até as comunidades isoladas ou de difícil acesso o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), deu início à Operação Gota, realizada em parceria com o Ministério da Justiça e Força Aérea Brasileira.
A última operação no Estado aconteceu em setembro de 2006 e o trabalho iniciou pelas localidades Canta Galo, Tamboriaco, Porto Liz e São Raimundo, em Cruzeiro do Sul. O rio é a principal via de transporte para chegar aos locais de difícil acesso, e no verão, quando os rios estão com um nível mais baixo, a dificuldade é ainda maior. Crianças como a pequena Evilânia Souza, de apenas 11 meses, não têm o cartão de vacinação preenchido com todas as vacinas e para atualizá-lo foi preciso tomar cinco vacinas no mesmo dia. A mãe da menina, Rosenilda da Cruz, atribui o atraso do preenchimento da carteira à distancia e ao isolamento em que vivem.
Maria Marlene, de 20 anos, mãe de um bebê de um mês de vida que nasceu na comunidade Porto Liz, se emocionou quando a criança tomou as primeiras vacinas e recebeu a carteira de vacinação. As comunidades da Prainha e Prainha II, distantes 60 quilômetros de Cruzeiro do Sul, são banhadas pelo rio Juruá Mirim e foram as últimas localidades atendidas em Cruzeiro do Sul, no último fim de semana.
Além de todos os tipos de vacina como BCG, tríplice e dupla viral, poliomelite, tetravalente, rotavírus, entre outras, os moradores também tiveram atendimento médico e receberam medicamentos. A Operação Gota permite que pessoas como a agricultora Rute Ferreira, 42, da Prainha, se sintam lembradas, mesmo pertencendo a uma comunidade tão longínqua. “Pra gente é a realização de um sonho, pois não é sempre que somos beneficiados com esse tipo de atendimento”, disse.
Com aproximadamente 70 famílias nessas localidades, os moradores buscam superar as dificuldades encontradas no local. A viagem de até quatro dias até Cruzeiro do Sul no período do verão, é um empecilho para muitos não saírem da comunidade, mesmo em caso de necessidade. O canoeiro Raimundo Viana Martins, 63, da Prainha II, já estava sem o remédio para a pressão alta e viajou meia hora até o local do atendimento quando soube da Operação Gota.
A caminhada de quase uma hora a pé, mesmo com febre, também foi superada por Fransisca Cavalcante de lima, 42, para conseguir uma consulta médica. De acordo com o médico clinico geral, Vitor Hug, o trabalho de atendimento a essas pessoas é realizado com muita satisfação, quando consideradas as dificuldades vivenciadas rotineiramente por essas pessoas.
Mais de 350 pessoas foram atendidas nas comunidades de Cruzeiro do Sul. A Operação Gota segue para Taruacá, e de 22 a 30 de setembro chega em Rio Branco.