Equipamentos comprados a partir de decisão do Conselho Gestor já estão instalados e em pleno funcionamento
O Centro Cirúrgico do Hospital de Urgências e Emergências de Rio Branco (Huerb) começou a funcionar com capacidade total graças à política de descentralização do sistema de saúde pública do Acre. Na terça-feira, 29, foram instalados os últimos equipamentos que faltavam para que cada uma das cinco salas que compõem o Centro Cirúrgico possam operar em sua plenitude. "Agora, o Centro está 100% equipado", disse Romeu Delilo, cirurgião e diretor-geral do Huerb em exercício. O Huerb é conhecido como Pronto Socorro.
Com recursos do Governo do Estado, o Conselho Gestor do Huerb investiu R$ 745.082,38 na compra de equipamentos, sendo que 90% desse valor foi destinado ao Centro Cirúrgico. Foram adquiridos carro de anestesia, bisturi eletrônico, monitor multiparâmetro, carro de emergência, negatoscópio (para raios-X), esigmomanômetro coluna de mercúrio (para acompnhamento da pressão sanguínea), perfurador ortopédico e arco cirúrgico (destinado à sala que atua exclusivamente com cirurgias ortopédicas).
Para se ter uma idéia do custo desses equipamentos, o preço do carro de anestesia, que acompanha o estado do paciente durante a cirurgia fornecendo banco de informações de sete itens, chega a R$ 54 mil. O carro, assim como os demais equipamentos, são de última geração e ajudam os médicos a realizarem cirurgias com menor tempo de intervenção e maior grau de eficácia.
As quatro salas são usadas para as cirurgias de médio e grande porte. Há uma quinta sala, destinada às pequenas intervenções, como drenagem de abscesso, por exemplo. "Nossa capacidade de atendimento dobrou", afirma o diretor-administrativo do Huerb, Rodrigo Brasil, ressaltando que o fortalecimento e adequação do Centro Cirúrgico é resultado da Lei de Gestão Democrática da Saúde, que entrou em vigor em julho do ano passado.
Os primeiros recursos dessa lei começaram a chegar em novembro de 2007 às unidades de saúde em todo o Estado a partir de um plano de metas elaborado pelos conselhos gestores. A ênfase da gestão democrática é a descentralização e a autonomia financeira. O texto dessa lei começou a ser construído em plenárias realizadas nas unidades estaduais espalhadas pelos 22 municípios. A minuta do projeto de lei foi votada e aprovada no Fórum Estadual de Gestão Democrática na Saúde, em junho, com a participação de representantes de diversas unidades, entre profissionais, gestores e usuários.
Diretores do PS falam dos avanços com Gestão Democrática. Veja o video. |
Romeu Delilo e Rodrigo Brasil, respectivamente diretor-geral e diretor administrativo do Pronto Socorro de Rio Branco, avaliam as mudanças no Centro Cirúrgico, que dobrou sua capacidade de atendimento no último ano, e sobre a descentralização dos recursos e decisões no sistema de saúde do Acre. |
Participação – Com a implantação da Lei, o Estado incentiva usuários e trabalhadores a participar das decisões de âmbito local, o que irá garantir melhor qualidade no atendimento aos pacientes. O Fórum Estadual, realizado em Rio Branco, contou com a participação de aproximadamente 1500 pessoas, entre usuários do SUS, representantes de entidades de saúde, da sociedade organizada, profissionais e gestores das unidades estaduais de todo o Estado, que tiveram a oportunidade de avaliar e sugerir mudanças na minuta.
A gestão democrática, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, "é um instrumento valioso no modo de gerenciar, que inclui o pensar e o fazer coletivo, contribuindo para a valorização dos diferentes atores do processo". O exemplo do que foi feito no Huerb expressa bem o benefício que trouxe a gestão democrática, porque foi conselho gestor que realizou o planejamento das compras, licitação dos equipamentos e serviços. Atualmente o Centro Cirúrgico do Huerb realiza média de 230 cirurgias ao mês. As intervenções são de cirurgia geral, neurologia, cirurgia vascular, urologia, bucomaxilofacial, ortopedia, oftalmologia, otorrinolaringologia e odontologia.