O índice de acidentes no primeiro mês após a implantação da Lei Seca, em 20 de junho, que proíbe que motoristas que tenham ingerido qualquer quantidade de álcool dirijam, caiu em 17% no Acre. As estatísticas nacionais indicam que a lei evita a morte de 50 pessoas por dia no Brasil.
De 21 de maio a 19 de junho, período que antecede a lei, o número de acidentes foi de 263. De 20 de junho a 19 de julho, 30 dias após a data em que lei passa a vigorar, o número de acidentes caiu para 219. Segundo a enfermeira Lúcia Carlos, chefe do Departamento Estadual de Urgências, a média de acidentes por mês, antes da Lei Seca era de 270 a 280.
Alguns fatores estão relacionados com a quantidade de acidentes, como explica Lúcia: dias de sol forte, convidativos para banhos, piscinas e bebidas, os índices aumentam e o Samu, por experiência, aumenta uma viatura na frota de resgate. Em dias frios ou chuvosos o número de acidentes é bastante reduzido.
"Sábados e domingos a partir das 18 horas também são horários críticos. A maioria dos acidentes envolve carros e motos, mais motos do que carros. Com a Lei Seca esperamos reduzir uma média de 60 acidentes por mês, a princípio. Os acidentes que envolvem pessoas embriagadas costumam ser graves, demandam um tempo alto de internação e custos muito altos para o Estado, além de envolver, em alguns casos, pessoas que não estavam envolvidas com a bebida e que acabam sendo vítimas do acidente", comentou Lúcia.
Para os que são contra a lei a enfermeira do Samu diz que essa atitude é com julgar a vida de alguém, pois pessoas envolvidas com álcool tiram a vida ou mutilam pessoas inocentes, que acabam sendo atingidas por acidentes. Ela ressalta que "não há proibição no consumo de bebidas apenas na direção de veículos após a ingestão de álcool, ninguém precisa deixar de beber, apenas tomar medidas de precaução, como pegar um táxi ou se acompanhar de um amigo que não vá beber naquela ocasião".
De acordo com as estatísticas, a maioria dos acidentes de trânsito causados por álcool envolve pessoas de 19 a 35 anos, faixa etária considerada como "Anos potenciais de vida perdida", por ser a época de vida em que a pessoa está em sua capacidade produtiva máxima, no auge da vida.