A Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), situada em Rio Branco, realizou a 23ª cirurgia por vídeo, em junho, deste ano. As cirurgias laparoscópicas são minimamente invasivas e proporcionam mais segurança para os pacientes, além de diminuir o tempo de internação. A maioria dessas intervenções cirúrgicas são de colecistectomia, que é a retirada da vesícula biliar.
A colescistectomia videolaparoscópica dura em média uma hora e meia. É indicada para pessoas que apresentam problemas vesiculares e fatores como sobrepeso e obesidade, geralmente decorrentes de uma rotina alimentar rica em gordura. Além disso, há agentes determinantes que aumentam a possibilidade do aparecimento da chamada “pedra na vesícula”, causada por diabetes mellitus, cirrose e o sedentarismo.
“Sinais clínicos podem caracterizar problemas vesiculares, logo, o paciente que sente dor do lado direito na posição superior do abdômen tem grandes chances de ter pedra na vesícula, principalmente se a dor piora quando ingere gordura. Assim, o diagnóstico é identificado por meio de ultrassom. A intervenção cirúrgica de colecistectomia por videolaparoscopia é a mais indicada, pois o paciente terá uma dor reduzida no pós-operatório, podendo ter alta até seis horas depois do procedimento e recuperação mais rápida, além da diminuição dos custos hospitalares”, relatou o cirurgião-geral da Fundhacre, José Ricarte Oliveira.
Estudos nacionais indicam que mulheres na idade fértil e fatores hereditários têm maior probabilidade de desenvolverem cálculos biliares, um problema comum no Brasil, e que aumenta com o fator da obesidade.
A paciente Sheila Venâncio, de 44 anos, foi operada no dia 18, na Fundhacre, pelo cirurgião Ricarte. “Tive uma crise em janeiro, depois de comer um açaí cremoso. Fui encaminhada para o pronto-socorro, e o médico pediu uma endoscopia. Também fiz um ultrassom, em que foram detectadas pedras na vesícula. É preciso diminuir a alimentação gordurosa, para que não haja maiores prejuízos”, relatou.
Os sintomas mais frequentes resultantes de alterações na vesícula biliar são náuseas, vômitos, desconforto abdominal, intolerância a alimentos gordurosos, gases, inchaço, sensação de gosto amargo e dores de cabeça. Entretanto, enquanto muitos pacientes sentem muitos sintomas, outros podem passar anos sem apresentar um sinal.
“Estou contente pela retomada das cirurgias, sobretudo essas que são minimamente invasivas e podem oferecer uma rápida recuperação do paciente. A Secretaria de Saúde e a Fundhacre estão empenhadas na promoção da saúde, e buscamos reduzir o tempo de espera nos procedimentos cirúrgicos. Estamos avançando e continuamos nos esforçando para zerar a demanda reprimida”, disse o presidente da Fundhacre, João Paulo Silva.
O governo do Estado tem realizado um trabalho integrado com as instituições públicas, visando à melhoria contínua dos serviços de saúde prestados à população acreana. A Fundhacre, por sua vez, tem uma equipe aguerrida, que se dedica para melhorar a vida de inúmeros pacientes que terão uma melhora significativa na qualidade de vida.
“As cirurgias por vídeo reduzem o tempo de permanência na unidade hospitalar, e estamos trabalhando para manter a equipe do setor alinhada às normas, rotinas e procedimentos da organização, pois isso contribui para a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde”, relatou o coordenador do centro cirúrgico, Erick Melo.
“Barriga inchada”
A sensação de “barriga inchada” nos dez dias que sucedem uma videolaparoscopia é comum, mas a recuperação é mais rápida que na cirurgia tradicional. É importante o paciente adotar alguns cuidados, como não fazer exercício físico e não realizar trabalhos domésticos na primeira semana, além de manter uma alimentação adequada.