Equipe do Estado vai a Assis Brasil traçar estratégias contra avanço da Covid-19 e da crise migratória 

O governo do Acre tem enviado diversos profissionais de suas áreas assistenciais para o município de Assis Brasil, na busca por estratégias de combate ao avanço da Covid-19 e de amenizar os impactos da crise migratória na fronteira do Peru.

Equipes estiveram na unidade de saúde para avaliar os fluxos de atendimento. Foto: Samuel Bryan/Secom

Nesta quarta-feira, 17, foi a vez de uma equipe liderada pela secretária adjunta de Atenção à Saúde, Paula Mariano, e o superintendente do Ministério da Saúde no Acre, Éden Miranda, chegarem a Assis Brasil para identificar, com os gestores municipais, pontos que amenizem os impactos da crise.

O município, que possui pouco mais de oito mil habitantes, já registrou mais de mil casos de Covid-19, além da identificação de um caso da doença no grupo migratório, localizado principalmente na Ponte da Integração, e que hoje já ultrapassa as 450 pessoas.

O grupo da Secretaria de Saúde do Acre visitou as instalações da Unidade Mista de Assis Brasil, que é de responsabilidade do Estado, para entender o fluxo de pacientes e procedimentos, além de anunciar a chegada de 600 testes rápidos e discutir pontos da obra de readequação do espaço, que deve ser iniciada em breve.

Durante o encontro, o prefeito Jerry Correia relatou que Assis Brasil vive hoje um momento muito delicado. Ele agradeceu o apoio enviado pelo governador Gladson Cameli, que também enviou equipes de assistência social e de segurança, com presença agora do pelotão de choque do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Grupo Especial de Fronteira (Gefron).

Governo acompanha crise migratória e define ações. Foto: Samuel Bryan/Secom

“É muito bom ver o Estado presente aqui conosco, mas também precisamos do apoio do governo federal. Somos uma cidade pequena e a prefeitura não tem condições de manter apoio para essas pessoas, muito menos de fazer sozinha toda a triagem dos imigrantes. Todos estão em risco. Nas últimas 24 horas, mais de 50 imigrantes chegaram. Entre todos, já identificamos 51 crianças. Estamos ficando sem condições de servir mais de 1.200 refeições por dia”, conta o prefeito.

O principal objetivo agora pelo governo do Estado é inibir o fluxo de imigrantes em direção ao município. O governo peruano segue com a fronteira fechada e a prefeitura de Assis Brasil ofereceu duas escolas como abrigo, mas a maior parte do grupo segue sobre a ponte que marca a fronteira entre os países. O prefeito está confiante que o governo federal tome uma atitude que ajude na resolução da situação, principalmente após as tratativas do governador Gladson Cameli e da bancada federal junto ao Ministério das Relações Exteriores.

Unindo forças

O município também vive problemas como um surto de dengue e a eminente cheia do Rio Acre, embora ainda não tenha registrado pontos de alagação. O superintendente do Ministério da Saúde no Acre quis se inteirar pessoalmente da situação na fronteira, na busca por garantir apoio federal na crise da região.

Relatório com as necessidades será encaminhado a Brasília. Foto: Samuel Bryan/Secom

“A convite da secretária Paula, vim observar as ações e fazer um levantamento, para que o próprio Ministério possa dar um suporte maior, especialmente a Assis Brasil, devido ao momento que vive. A ideia é finalizar o encaminhamento de apoio e enviá-lo ainda hoje para Brasília, para que o Ministério possa organizar uma ajuda o quanto antes”, destaca Éden.

A Sesacre vai dar todo o suporte ao município para a criação de uma unidade de acolhimento aos imigrantes, com fluxo de atendimento e testagem. A Secretaria de Saúde de Assis Brasil também realizará um levantamento do que é necessário neste momento para as unidades de saúde e o governo buscará o suporte.

“Desde o ano passado, no início da pandemia, estamos trabalhando em conjunto com as prefeituras, e com Assis Brasil não é diferente. Recebemos uma solicitação do próprio governador Gladson Cameli, para acompanhar de perto todo esse cenário e trabalhar em conjunto para a solução tanto da crise migratória, quanto da Covid-19”, relata Paula Mariano.

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