Estiveram juntos os secretários de meio ambiente do Acre e de Pando, Eufran Amaral e Guilhermo Rioja, respectivamente, durante esta quinta-feira, 3, para dar início à discussão sobre políticas conjuntas de preservação da floresta, principalmente de combate aos incêndios florestais. O fato de a floresta ultrapassar as fronteiras políticas foi o grande fomentador da reunião de trabalho.
O encontro objetiva a troca de informações, técnicas e conhecimento de políticas entre os países. E serve para traçar estratégias de planejamento e integração no combate às queimadas e incêndios florestais entre Pando (Bolívia), Madre de Dios(Peru) e o Estado do Acre.
Além dos dois secretários, participaram vários técnicos ambientais dos dois países. Ainda estiveram presentes Cleísa Cartaxo, presidente do Instituto de Meio Ambiente do Acre, e Alberto Setzer do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. O encontro articulado pelo pesquisador da Universidade Federal do Acre, doutor Foster Brown, aconteceu no campus da Universidade do Departamento de Pando, durante os dias 3 e 4 de Julho.
Os dois países lembraram os desastres ambientais que aconteceram no ano de 2005 e relataram seus esforços, a partir de então, para evitar que uma situação parecida aconteça no futuro. O secretário de meio ambiente de Pando, Guilhermo Rioja, ressaltou que o fogo não respeita fronteiras. E que as alterações no clima da região são sentidas por todos.
Durante as apresentações Rioja explicou o Ordenamento Territorial de Pando, ressaltando os avanços no sentido da preservação das riquezas naturais e do desenvolvimento sustentável. E ainda dos planos de uso da floresta como ativo econômico, como a utilização dos créditos de carbono, por exemplo.
O ordenamento territorial de Pando, que em alguns aspectos específicos se assemelha ao Zoneamento acreano, explicita a necessidade da construção de práticas conjuntas de fiscalização, preservação e desenvolvimento na área fronteiriça.
O Acre ocupa posição de destaque nacional por conta do pioneirismo na construção de políticas de desenvolvimento sustentável. Com foco na redução do passivo florestal, na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento das comunidades. Essas políticas são sustentadas por ferramentas de consolidação de informações, como é o Zoneamento Ecológico Econômico, ressaltou Eufran Amaral.
Especificamente sobre o fogo e o desmatamento foram apresentadas as ferramentas usadas pelo estado para construção das linhas de controle e combate. São monitoramentos em campo, sobrevôos e imagens de satélite. Além da difusão de informações sobre as alternativas ao uso do fogo e a participação dos município através da assinatura dos termos de cooperação com cada prefeitura.
De acordo com Amaral, a promoção de um conceito comum de desenvolvimento sustentável é um dos resultados importantes da criação de um grupo de trabalho internacional para construção de práticas conjuntas de meio ambiente na fronteira.
Além da formação do grupo de trabalho, houve a aproximação das defesas civis brasileira e boliviana, que poderá facilitar os trâmites de ajuda internacional em caso de incêndios, e será assinada uma Carta de Compromisso entre os dois países.