Índios kaxinawa, manchineri, kulina e jaminawa discutem políticas e ações culturais para o fortalecimento das tradições indígenas
Com o propósito de mostrar para as comunidades dos municípios como as etnias indígenas do Acre convivem com suas tradições e dialogam com a modernidade que as envolve, o Governo do Estado, através da Fundação Elias Mansour, sob a coordenação do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural promove o 5o Encontro de Culturas Indígenas: Tradição e Modernidade, com a participação de indígenas das etnias kaxinawa, manchineri, kulina e jaminawa, nesta sexta-feira, 4, sábado, 5 e domingo, 6, a partir das 9 horas, na Escola Messias Rodrigues, em Sena Madureira.
O encontro pretende gerar discussões com os indígenas que habitam as BRs 317 e 364, etnias mais expostas aos impactos, e com isso merecendo uma atenção específica e apoio prioritário. Esses encontros reunirão os povos que estão dentro dessas áreas de influência das BRs que são : Kaxinawá, Manchineri, Kulina e Jaminawa (Sena Madureira) e Yawanawá, Catukina do Campinas, Kaxinawá (Caucho, Colônia 27 e Paroá), Shanenawa (Cruzeiro do Sul/Vale do Juruá).
"Esse projeto envolve dois encontros: o primeiro com as etnias situadas nessa região, e o segundo, em Cruzeiro do Sul, com etnias do Vale do Juruá, no mês de agosto. O projeto ganha força com a parceria do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Banco Interamericano de Desenvolvimento e BNDES. O debate servirá para a construção de políticas públicas e ações culturais voltadas ao fortalecimento das tradições indígenas", explica Daniel Zen, presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour".
Durante o encontro os indígenas irão apresentar elementos de sua cultura, através das várias expressões artísticas como exposição de artesanato, festas e rituais artísticos tradicionais, cantos, a língua original e vestimentas tradicionais.
Já a relação dialógica com a modernidade se dará com exposições e projeções de fotos das organizações e associações indígenas, o domínio na técnica da informática (comunicação virtual), técnicas adquiridas e empregadas nas atividades de manejo dentro de suas terras, vídeos realizados por videastas indígenas (linguagem visual) e livros de autoria indígena (linguagem literária).
O V Encontro de Cultura Indígena é promovido pelo Governo do Estado do Acre, através da Fundação de Cultura Elias Mansour com recursos do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre, Banco Interamericano de Desenvolvimento e BNDES. Apoio da Comissão Pró Índio do Acre.
Histórico – Em 2000 aconteceu o 1o Encontro de Culturas Indígenas do Acre em Rio Branco, a iniciativa surgiu através da união de esforços entre o Governo do Estado do Acre, organizações indígenas (Organização das Mulheres IndígenasUNI-AC), organizações não governamentais (Pesacre, CPI-AC, Mama-AC e Cimi), e instituições governamentais estaduais e federais. O objetivo era apresentar ao Acre a sua parte indígena e reconhecê-la como núcleo importante da diversidade cultural do estado e até mesmo do país, debatendo e criando políticas públicas para amparar as necessidades e anseios dos índios. Em seguida vieram mais quatro edições.
A quinta edição acontece em 2008 para promover a sensibilização e conscientização da sociedade sobre a existência desses povos em território acreano e a importância que esse Patrimônio Cultural tem na esfera mundial.
A idéia dos encontros indígenas perdura para o respeito e fortalecimento da cultura dos mesmos através da conscientização da sociedade, mostrando a riqueza, sabedoria e o respeito que esses povos possuem com a natureza, utilizando seus recursos de maneira sustentável. Além de promover planejamentos de ações prioritárias dentro das terras indígenas a fim de minimizar os impactos sofridos, favorecer a busca desses povos por formas de diálogos e convivência entre suas tradições e a modernidade sem interferir em sua cultura.
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