A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), por meio do Departamento de Modalidades Especiais e a Divisão de Educação Especial, promoveu uma exposição de banners e distribuição de folders em comemoração aos 30 anos de atendimento da Classe Hospitalar em Rio Branco, na manhã desta quarta-feira, 25.
O objetivo da exposição é sensibilizar a sociedade sobre a relevância das práticas pedagógicas em espaços não escolares, como as classes hospitalares e os atendimentos pedagógicos domiciliares.
A exposição mostra o trabalho que a SEE desenvolve durante 30 anos dentro dos hospitais e também o atendimento pedagógico domiciliar com as crianças doentes, em banners com fotografias e textos com as ações desenvolvidas, fixados no hall da SEE.
“Estamos hoje apresentando o trabalho que é desenvolvido dentro dos hospitais com as crianças que estão doentes e estão lá acolhidas e que não têm, às vezes, um vínculo com a escola, porque a classe hospitalar garante esse vínculo, pois a criança está internada, mas continua atrelada à escola”, pontuou a professora Shirlei Lessa, chefe da Divisão de Educação Especial.
Lessa conta, ainda, que muitas vezes a criança está desmotivada, a professora vai até o leito e isso garante a sua superação no desenvolvimento da saúde no leito, pois em alguns casos estão muito debilitadas, mas com a visita da professora da classe hospitalar, começa a se superar.
As classes hospitalares funcionam como um espaço de vivências educativas para crianças e adolescentes em tratamento de saúde. Em Rio Branco, existem quatro classes hospitalares. Uma no Hospital da Criança, que é pioneira, desde 1990; uma no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), outra no Hospital do Câncer (Unacon) e, também, na Casa de Acolhida Souza Araújo.
“Esse é meu primeiro ano trabalhando com classe domiciliar. Atendo duas crianças e a gente acompanha o sofrimento da família e da criança e sofremos com elas, mas é bom quando conseguimos ajudar de alguma forma”, comentou a professora Silvia Morais.
Atualmente, são assistidas 78 crianças em atendimento pedagógico domiciliar, destinado aos estudantes que não podem frequentar o ambiente escolar devido a problemas de saúde. Já nas classes hospitalares, são cerca de 90 atendimentos mensais.
O Estado disponibiliza 51 professores para os Atendimentos Pedagógicos Domiciliares e quatro para as classes hospitalares. Os professores que atendem os alunos de 1º ao 5º ano são pedagogos, e os professores de 6º ao 9º ano e ensino médio são de disciplinas específicas.
“É uma experiência muito gratificante, você acaba se envolvendo muito, muitas vezes são situações bem delicadas, pois trabalhamos com crianças doentes, nos apegamos e quando morre algum sofremos junto com a família”, relatou a professora Clarice Oliveira, responsável pelo acompanhamento pedagógico das classes hospitalares e do atendimento pedagógico domiciliar.
Com a unificação do currículo no Estado, ficou mais fácil fazer o acompanhamento dos alunos que estão em tratamento de saúde, seja no hospital ou em casa, pois muitas crianças que estão internadas na capital vêm do interior do Estado.
Os professores focam nos conteúdos curriculares para que o aluno ao retornar para a escola de origem, não fique atrasado dos demais alunos da sua turma e evite a evasão, pois eles não perdem os conteúdos.
É um trabalho lindo, muito importante e desafiador. O tempo todo você tem que se reinventar e requer muita delicadeza porque você está trabalhando com uma criança enferma, mas ao mesmo tempo é um trabalho muito recompensador porque você estimula a criança, que muitas vezes não sabe o potencia que tem, mesmo estando enferma”, pontuou a professora Eliana Oliveira.
A SEE em parceria com Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (IEPTEC), promoveu uma live nesta quarta, com início às 17h, com o tema Educação Inclusiva – Compreendendo o significado das práticas pedagógicas nas classes hospitalares.