O cultivo da mandioca é amplamente praticado pelos produtores rurais acreanos como cultura de grande importância econômica e social para milhares de famílias que têm como fonte de renda e alimentação o produto e seus derivados. Atento a isso, o governo do Estado vem fazendo investimentos contínuos para tornar essa cadeia mais eficiente em escala de produção e agregação de valor.
A maior parte do beneficiamento da mandioca ainda é realizado de maneira tradicional em casas de farinhas, utilizando sistema de processamento artesanal.
Dessa forma, ações pontuais do governo objetivam tornar a atividade mais competitiva, para que possa alcançar outros mercados fora do estado. A principal vem sendo a melhoria das agroindústrias artesanais, bem como a adoção das boas práticas de produção de derivados da mandioca, primordiais para o alavancar a cadeia produtiva acreana.
Nesse contexto, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Produção e Agronegócio (Sepa), utilizando recursos do Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômica do Acre (Proser), do Departamento de Produção Familiar (Deprof), vem fomentando a cadeia produtiva da mandiocultura.
A principal ação prática vem sendo a distribuição de 32 kits de casas de farinhas automatizadas, um investimento realizado pelo modelo de parceria público-privado comunitária (PPC), que seleciona produtores com experiência notória e expertise nessa cadeia de valor para receberam o kit automatizado, composto por forno mecanizado, ralador, triturador, prensa manual e descascador industrial.
Com a instalação dessas agroindústrias, abrangendo 8 municípios, o governo almeja fomentar o processamento da mandioca, aumentando a escala de produção e a qualidade do produto, a fim de abastecer o mercado interno, como também alcançar novos mercados. O foco é dinamizar a cadeia da mandioca e seus derivados, gerando renda para as famílias inseridas nessa cadeia de valor.
Nessa última semana foram entregues cinco kits de casa de farinha, contemplando dois produtores da agricultura familiar de Feijó e três de Mâncio Lima. No total, soma-se 11 casas de farinha com forno mecânico nas regionais do Juruá e Tarauacá/Envira, amplamente reconhecida como região produtora de farinha de qualidade, muito apreciada dentro e foro do estado.
O secretário Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, avalia que a instalação desses kits aumenta a capacidade de produção de farinha dessas comunidades em até cinco vezes mais do que no processo de beneficiamento tradicional, em que o processamento da raiz da mandioca é realizado manualmente.
Segundo Azevedo, o aumento da capacidade de produção dessas casas de farinha, também aumenta a demanda por matéria-prima e com isso os produtores familiares que tradicionalmente cultivam a mandioca, também são beneficiados através da comercialização da raiz do tubérculo.
“Esse trabalho é devidamente acompanhado pelos escritórios locais da Sepa e Emater no interior do estado”, esclarece o secretário.
Essa ação de governo vem deixando os produtores animados, como é o caso do seu José Maria da Costa, conhecido como Alemão, produtor no Projeto de Assentamento Dirigido (PAD) Santa Luzia, em Cruzeiro do Sul, que recebeu um kit no ano passado. Ele vem utilizando os equipamentos para processar a mandioca e atender os contratos que tem compradores dos estados de Amazonas e Roraima.
Otimista, seu José Alemão relata que já está aumentando a sua área de cultivo de mandioca, transformando 30 hectares de pastagem em roçado de mandioca. Trabalha em parceria com os produtores da região, onde compra a matéria-prima da produção familiar local e assim atende a demanda de sua agroindústria.
A Divisão de Apoio à Produção Familiar e Indígena da Sepa/Deprof avalia que iniciativas como a do seu José Alemão de Cruzeiro do Sul estão se repetindo em várias localidades do estado, contempladas com os kits de casa de farinha automatizados, pois os equipamentos fortalecem a cadeia da mandioca, gerando renda para os produtores familiares locais. Um empreendimento capaz de gerar uma demanda por mão de obra de mais de 25 pessoas, envolvidas no plantio, colheita e processamento da mandioca e seus derivados, movimentando assim a economia local, gerando emprego e distribuição de renda nas comunidades rurais beneficiadas pelo programa.