Covid-19: como são coletados os dados para o boletim diário

Números, mapas e estatísticas fazem parte da rotina dos profissionais da Vigilância Epidemiológica (VE) do Estado e municípios. A pandemia da Covid-19 fez surgir uma realidade em que os dados precisam cada vez mais serem computados com rapidez.

A rotina dos profissionais, principalmente dos municípios do interior do estado, em que a internet não é forte aliada, é de correr contra o tempo e arrumar estratégias para que a informação do cenário sobre o coronavírus no estado chegue até à população diariamente.

Boletim da última quarta-feira, 3. Foto: Divulgação

O número de casos notificados e confirmados depende do trabalho de uma equipe que coleta, religiosamente, todas as tardes, os dados nas unidades de referência ao coronavírus. Em Tarauacá, por exemplo, o serviço é realizado às 16 horas, horário em que os funcionários passam nas duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município, recolhendo os dados.

“Nós coletamos os dados diariamente para o boletim. São muitas notificações e às vezes a internet não ajuda, então, as notificações são inseridas na própria UBS. A vigilância faz o acompanhamento e o fechamento dos casos”, explicou o enfermeiro de Tarauacá, Iago Correia.

Em Sena Madureira, os profissionais  montaram uma equipe de telemonitoramento, que classifica os pacientes por unidade, explica a enfermeira Wendy Cardoso. “Assim que os resultado chegam, entramos em contato e separamos os pacientes por unidade para, assim, serem monitorados até receberam a alta médica”, explicou.

Com cinco unidades sentinela, o Município de Cruzeiro do Sul conta com uma equipe que monitora e recolhe os dados junto aos centros de diagnósticos.

“Nós passamos no centro recolhendo as notificações, e os resultados, e contabilizamos e digitamos todos os exames realizados, que vão para o e-SUS”, explicou a enfermeira da VE de Cruzeiro do Sul, Samili Silva. 

Como é produzido o Boletim Sesacre sobre o coronavírus?

O epidemiologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Sesacre, Marcos Malveira, um dos responsáveis pela produção do boletim diário sobre o cenário do coronavírus do Acre, explica que os dados do boletim são  feitos através de três bases diferentes: 1) Planilha do Laboratório Merieux; 2) Base de dados do e-SUS/VE (testes rápidos); e 3) Planilha do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

Os Municípios têm um papel fundamental nessa nova realidade. “A alimentação das informações da base do e-SUS são de inteira responsabilidade dos municípios. Nós só contabilizamos aquilo que está registrado nas planilhas dos laboratórios e na base de dados”, destacou Malveira.

O Município está na ponta do sistema e detém a informação praticamente em tempo real. O Estado depende da notificação no sistema do e-SUS para que possamos analisar os dados e produzir a informação para o boletim. Os dados do boletim estadual sempre são realizados com o banco do dia anterior.

Informações são da quarta-feira, 3. Foto: Divulgação

A construção dos gráficos e mapas depende de uma rede de pessoas, profissionais empenhados em fornecer informações seguras. Assim, Malveira salienta que “se não fosse o trabalho de cada município, e as equipes de vigilância, não seria possível disponibilizar todos os dados do boletim, diariamente”.

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), conta com uma parceria entre a Universidade Federal do Acre (Ufac) e Telessaúde que realizam o monitoramento dos pacientes que estão em casa e analisam quando ele está apto a receber a alta médica.

Marcos Malveira destaca ainda, que a construção do mapa, especificando cada município, é realizada por um profissional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

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