Diante do isolamento devido à Covid-19, há uma preocupação no aumento dos casos de violência contra mulher. Por isso, com base na cartilha formulada pela Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM), a Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres (SEASDHM) elaborou orientações que podem ajudar mulheres que estão vivenciando situação de violência durante o período de isolamento social.
Duas coisas são importantes para conter a violência nesse momento: informação e atendimento. Os canais de atendimento são o telefone (68) 99247 7989 e e-mail: diretoria.mulheres.ac@gmail.com. A vítima também pode ligar para os canais de disque-denúncia, a Central de Atendimento à Mulher no 180 e para a Polícia Militar no 190.
Com base em uma das cartilhas, a psicóloga da Diretoria de Políticas para as Mulheres da SEASDHM, Rebeca Cunha Miranda, elencou algumas dicas que podem ajudar mulheres que estão vivenciando alguma situação de violência.
Confira quais são: identifique membros da família, vizinhos ou outra pessoa de sua confiança que possam conversar e acolher se tiver que sair de casa; se existir criança em sua casa, combine códigos para utilizarem em caso de urgência e os comportamentos que devem ser adotados nessa situação; faça cópias ou tire fotografias de documentos importantes como identidade, cartão do SUS seus e de seus filhos e compartilhe com pessoas de suas confiança.
Tenha uma mochila com itens básicos para você e as crianças; apague mensagens, SMS, WhatsApp, e-mail e outros que você enviar de situação de violência, de preferência use celular ou computador ao qual a pessoa agressora não tenha acesso; não declare suas intenções ao agressor e não deixe que ele perceba; tenha à mão número de apoio e grave-os no celular, como o ligue 180 e os telefones de amigos, familiares, vizinhos ou outra pessoa de sua confiança.
“A cartilha foi pensada como mais uma estratégia de informação às mulheres que são vítimas de violência doméstica, considerando que nesse período de isolamento social, elas ficam mais vulneráveis uma vez que passam a conviver o maior tempo do dia com possível agressor. Entendemos que hoje toda forma de informação é válida nesse enfrentamento, até para que ela se sintam mais segura”, destacou a secretária de estado, Ana Paula Lima.
Enfrentamento à violência doméstica
Além disso, o governo federal criou a cartilha Enfrentando a violência doméstica e familiar contra a mulher, que fala de assuntos como: os tipos de violência, as leis de proteção, os fatores de risco e de proteção, a rede de atendimento, entre outras questões.
A violência doméstica e familiar atinge mulheres de todas as idades, classes sociais e níveis de escolaridade. Mas existem alguns fatores que aumentam o risco de a mulher entrar nessa situação. São eles: isolamento social; ausência de rede de serviços de saúde e proteção social bem estruturada e integrada; pouca consciência de direitos; histórico de violência familiar; uso abusivo de bebidas e drogas; dependência afetiva e econômica; presença de padrões de comportamento muito rígidos, entre outros.
Existe também um ciclo de violência, a forma como a agressão se manifesta em algumas das relações abusivas. Ele é composto por três fases: fase da tensão é quando começam os momentos de raiva, insultos e ameaças, deixando o relacionamento instável; fase da agressão, na qual o agressor se descontrola e explode violentamente, liberando a tensão acumulada; e fase da lua de mel, na qual o agressor pede perdão e tenta mostrar arrependimento. Esse ciclo se repete, diminuindo o tempo entre as agressões e se torna sempre mais violento.
Combate à violência
Para o combate a violência doméstica contra mulher o Estado disponibiliza uma rede de atendimento em conjunto com instituições e serviços do governo para as mulheres vítimas de violência, assim como seus filhos. Os serviços estão divididos em justiça, saúde, segurança pública e assistência social. Como Delegacias de Polícia comuns e especializadas (DEAMs); Patrulhas da Polícia Militar e Patrulhas Maria da Penha; Casa-Abrigo; Central de Atendimento à Mulher Ligue 180.
Campanha Nenhuma Mulher a Menos
Todas essas ações fazem parte da campanha Nenhuma Mulher a Menos, uma ação coordenada de fortalecimento de políticas para mulheres com o apoio do Gabinete da Primeira-Dama, Ana Paula Cameli. Que tem a finalidade de divulgar os canais de atendimento à mulher em situação de violência e a conscientização sobre as formas de denunciar e sair desse ciclo violento que ameaça suas vidas.
Cartilha Enfrentamento a violência doméstica e familiar contra a mulher