As unidades locais do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) estão intensificando os serviços de fiscalização de trânsito animal e de conscientização de produtores e transportadores para as normas exigidas pelo órgão. As blitzes são uma das ferramentas essenciais para a garantia da sanidade e da qualidade do rebanho que abastece os mercados local e externo.
Na última quinta-feira, 16, as unidades de Defesa Agropecuária de Xapuri e Capixaba realizaram uma blitz na BR-317, na fazenda Araxá, no limite territorial entre os dois municípios. As duas equipes, lideradas pelas médicas veterinárias Ane Gabrielle, de Xapuri, e Grisiela Tessinari, de Capixaba, com o apoio de servidores das duas unidades, trabalharam simultaneamente nas abordagens aos veículos.
De acordo com a médica veterinária Ane Gabrielle, chefe da unidade do Idaf em Xapuri, a intensificação das fiscalizações de trânsito faz parte das exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para que o Acre atinja o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Ane Gabrielle alerta os produtores para que sempre utilizem a Guia de Transporte Animal (GTA), dando atenção para a conferência dos dados antes do transporte como origem, destino, quantidade, sexo, idade, validade e finalidade. Qualquer inconformidade na documentação pode resultar na notificação do produtor.
Além das blitzes, o Idaf também trabalham com as barreiras móveis e fixas, que estão localizadas em locais estratégicos do estado como os postos da Tucandeira, na BR-364; no Trevo de Senador Guiomard, na localidade denominada Pica-Pau, na fronteira com o Amazonas; e em Cruzeiro do Sul, também fronteira com o Amazonas, município de Guajará.
O médico veterinário Francisco Lopes Dantas, gerente da Fiscalização de Trânsito e Eventos do Idaf, acrescenta que os produtores e transportadores devem ter atenção com o tamanho da carga, que não pode exceder o que está expresso na GTA, e que cada parada deve ter uma Guia de Transporte Animal, ou seja, não se pode ter uma GTA e embarcar animais em várias propriedades. Ele também chamou a atenção para a obrigatoriedade da vacinação contra a brucelose para as fêmeas bezerras de mais de 3 meses de idade que estejam sendo transportadas.
“Nós estamos intensificando os serviços de gerência de fiscalização de trânsito e alertando às unidades locais e aos produtores que as bezerras com mais de 3 meses devem estar vacinadas e carimbadas comprovando a vacinação contra a brucelose. Caso contrário, o caminhão será obrigado a retornar ao destino e o produtor será notificado pelo Instituto de Defesa”, explicou.
Também há parceria no trabalho de fiscalização realizado pelas unidades dos municípios de Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá. O médico veterinário Renan Viana, chefe da unidade do Idaf em Feijó, disse que a fiscalização naquela região tem o intuito principal de coibir o trânsito intermunicipal e interestadual sem o documento zoossanitário (GTA), assim como a fiscalização em embarcadouros fluviais sempre exigindo a documentação.
“Objetivamos sempre a ação conjunta entre as unidades locais de Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá nas ações de fiscalização de trânsito e que vem dando resultados, fiscalizando produtos e subprodutos de origem animal, coibindo o trânsito de animais sem GTA e educação sanitária, a fim de orientar os produtores da importância da GTA e evitar sofrerem as sanções previstas em lei”, afirmou.
Em Cruzeiro do Sul, o trabalho de fiscalização está, atualmente, mais focado no posto fixo, na fronteira com o município de Guajará, no Amazonas, onde o Idaf mantém parceria com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf). Lá, os médicos veterinários Luís Leite Neto e Sanderson Macedo, responsável pela regional do Juruá e chefe da unidade local, respectivamente, são incumbidos do trabalho de campo de toda a região, onde dois municípios – Rodrigues Alves e Mâncio Lima – são acessados por terra e outros dois – Marechal Taumaturgo e Porto Walter – apenas por avião ou barco.
Além das cargas vivas, o Idaf também fiscaliza produtos de origem animal e vegetal, assim como todos os agrotóxicos.
Zona Livre e Covid-19
As unidades de Defesa Agropecuária do Acre foram auditadas pelo Mapa no último mês de março. O estado aguarda o relatório final do Ministério, adiado para agosto, que vai definir se o pleito de reconhecimento que será encaminhado à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), abrangerá integral ou parcialmente o bloco I, onde o Acre está inserido.
Durante esse processo, o Mapa suspendeu a vacinação obrigatória para maio no Acre, Paraná Rondônia e parte do Amazonas e Mato Grosso. José Everton de Souza Arruda, coordenador Estadual do Programa de Educação em Saúde e Comunicação Social do Idaf, ressalta que a suspensão desta etapa da vacinação no Acre se deu exclusivamente em consideração ao Plano Estratégico 2017-2026 do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa), e não em razão da pandemia de Covid-19, como chegou a ser divulgado.
Com o grave problema de saúde pública causado pela incidência da Covid-19, o Idaf tem mantido os serviços e ações essenciais indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da população, trabalhando para o fortalecimento da economia do Acre, bem como em proteção à saúde pública, através da sanidade vegetal, sanidade animal e inspeção de produtos de origem animal.