Museu da Borracha: A história do povo acreano

Fundado no final da década de setenta, o Museu da Borracha Governador Geraldo Mesquita, localizado na avenida Ceará, 1144, no centro da capital acreana, reúne no seu vasto acervo uma narrativa detalhada da história do povo acreano, com ênfase na Revolução Acreana, destacando os ciclos da borracha no Acre.

O espaço aconchegante e moderno apresenta nas suas diversas salas, por meio de projeções de imagens e objetos rústicos, objetos como a rede coberta pelo seu mosqueteiro, a poronga iluminando a cozinha ou até mesmo a reprodução de lugares como a casa de defumação, onde eram preparadas as pelas de borracha, demonstrando como era a vida dos seringueiros que povoaram as matas acreanas.

Depoimentos em áudio e vídeo chamam a atenção dos visitantes que se remetem ao período e conhecem, pela narração dos próprios protagonistas, a história desde a chegada dos nordestinos ao Acre, até o final do segundo ciclo da borracha em 1945.

O espaço além de ser muito agradável e aconchegante tem uma carga histórica significativa que apresenta detalhadamente como os seringueiros viveram e trabalharam Foto: Edson Brunno

Não há no Acre outro espaço de memória tão significativo quanto o Museu da Borracha, onde se pode encontrar tantos elementos representativos da história socioeconômica, cultural e política do Estado, um local capaz de revelar singularidades dos grupos formadores da sociedade acreana.

Para a aposentada Maria da Conceição, o museu é rico historicamente e retrata ponto a ponto o trabalho e a vida dos seringueiros no Acre.

“Qualquer pessoa que queira aprender um pouco sobre a nossa história o Museu da Borracha é um ótimo caminho. O espaço além de ser muito agradável e aconchegante tem uma carga histórica significativa que apresenta detalhadamente como os seringueiros viveram e trabalharam por aqui”, explicou a aposentada.

A coordenadora do museu, Soraia de Oliveira Gomes, destaca que a visitação de turistas de outros países ao local reforça a importância do museu para a memória material e imaterial dos acreanos.

“Esse museu tem uma importância muito grande na história do Acre. Com frequência recebemos visitas de pessoas de vários países que buscam conhecer sobre a origem da nossa história. Aqui está retratada toda a memória dos nordestinos e da sua chegada ao Acre, em busca de uma vida melhor”, disse a coordenadora.

Soraia falou ainda sobre a presença constante dos alunos da rede pública, que são orientados pelos seus professores a conhecerem o local.

“O espaço recebe também um grande número de visitantes, na sua maioria estudantes da rede pública de ensino, que também utilizam o local como elemento de pesquisa. Esse tipo de visita respalda a nossa importância enquanto patrimônio e casa de memória, ” explicou a coordenadora.

Bibliográfico

É composto de um acervo de 1.825 títulos entre livros e revistas que abordam diversos temas da história do Acre, da Amazônia e revistas que abordam diversos temas da história do Acre, da Amazônia e do Brasil. A equipe do Museu da Borracha, que atende em sua biblioteca, tem orientado consultas diárias solicitadas por grupos de alunos, professores, pesquisadores e interessados.

Hemeroteca

A coleção é composta por mais de 31.756 jornais de todo o Estado do Acre que são disponibilizados para pesquisas.

Histórico do museu

Instalado inicialmente numa das dependências do prédio onde funcionava a Assessoria de Comunicação, subordinado ao Departamento de Assuntos Culturais (DAC), da Secretaria de Educação e Cultura do Acre.

Em 1979, com a criação da Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Cultura e do Desporto (FDRHCD), o Museu da Borracha passou a ser vinculado a esta Fundação, instalando-se numa pequena sala nas dependências da Biblioteca Pública do Estado, situada na Avenida Getúlio Vargas – Centro.

Em 1986, o Museu da Borracha, transferiu-se para o Centro de Treinamento da Fundação Cultural, situado na rua Rio Grande do Sul, Aeroporto Velho, ocupando uma sala de 300 m².  Atualmente o espaço é ocupado pela Secretaria de Educação.

O espaço conta com acervo de materiais históricos que foram utilizados pelos soldados da borracha Foto: Edson Brunno

Com a necessidade de maior expansão do Museu, pois o mesmo encontrava-se distante do centro da cidade, e por suas instalações não apresentarem acomodações adequadas para atender ao público e desenvolver suas atividades técnicas e culturais capazes de o dinamizarem, surge então a preocupação de buscar um outro espaço que fosse condizente com seus objetivos.

Foi então que nasceu a ideia de utilizar o prédio da já extinta Superintendência do Desenvolvimento da Borracha (Sudhevea).

Em apoio à Fundação Cultural, diversas entidades enviaram documentos com um pedido formal ao superintendente da Sudhevea para que fosse viabilizada a instalação do referido museu neste espaço.

Foi organizado um dossiê, solicitando a doação do prédio ou pelo menos, que fosse cedido para abrigar o Museu da Borracha. Esse dossiê foi encaminhado ao superintendente da Sudhevea em Brasília, que o encaminhou ao Ministério da Indústria e Comércio solicitando a sua autorização.

Como o esperado, a resposta foi imediata, não como doação, mas cedido à Fundação Cultural do Acre, no dia 15 de Janeiro de 1990, pelo Superintendente do Ibama.

Assim, a partir de 19 de março de 1990, o Museu passou a funcionar no espaço localizado na avenida Ceará, nº 1441, centro.

Serviço:

O museu fica aberto para a visitação do púbico das 8h às 18h.

 

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