O impacto causado pelas hepatites virais nas populações e sistemas de saúde pelo mundo é grande. Estima-se pelo menos 400 milhões de pessoas infectadas cronicamente pelos vírus das hepatites B e C mundialmente, além de 1,4 milhão de pessoas infectadas anualmente pelo vírus da hepatite A, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Oficina, realizada no Auditório da Secretaria da Fazenda, teve como público-alvo cerca de 100 profissionais de saúde dos 22 municípios do Acre que trabalham com hepatites virais. O objetivo da iniciativa foi atualizar esses profissionais quanto ao novo protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas para hepatite C e coinfecções; modelo de aquisição dos medicamentos para hepatite C; custo/minimização; política de assistência farmacêutica para acesso ao tratamento das hepatites virais no Sistema Único de Saúde (SUS); e plano de eliminação da hepatite C.
Dados da Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (DISTs), setor ligado a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), apontam que 3,9 mil pacientes estão em tratamento contra a hepatite B no Acre. Segundo informou a gerente do setor, Maria do Carmo Guimarães, no Estado há quase dez mil pessoas em tratamento contra algum tipo de hepatite. São 4,3 mil pessoas em tratamento contra hepatite C; 1,3 mil pacientes com B e Delta acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE).
Por ser uma região endêmica para hepatites virais, o Acre vem traçando estratégias em busca de melhores resultados para o tratamento da doença no Estado. Nesse sentindo, a Divisão de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sesacre, em parceria com o Ministério da Saúde, realizou, na manhã desta terça-feira, 13, a Oficina de Atualização do Protocolo Clínico de Hepatites Virais.
“Essa nova atualização do protocolo clínico vai ser um ganho muito grande para o nosso Estado, uma vez que somos área endêmica das hepatites virais, principalmente B e C, e Delta associado. Com essa descentralização da Assistência Especializada para a Atenção Básica, o paciente não terá mais que se deslocar do seu município para fazer tratamento em Rio Branco”, destaca Maria do Carmo Guimarães, gerente da DISTs.
Entre as principais inovações, conforme reforçou a gerente da Área de Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Karen Cristine Tonini, é a ampliação ao atendimento a pacientes com hepatite C com a oferta de remédios mais modernos, com altíssimas taxas de curas e menos efeitos colaterais. Antes, só pacientes com lesões no fígado mais graves ou longas poderiam começar o tratamento na rede pública.
“O Protocolo de hepatite C vem com uma grande missão que é conseguir capilarizar o acesso da hepatite C para a Atenção Primaria à saúde. Utilizando dos conhecimentos que os médicos já têm na atenção primária, junto com a simplificação do protocolo. Essa é a grande possibilidade de curar mais pessoas na Atenção Básica sem precisar deslocar os pacientes para a capital. Antes, os tratamentos tinham muitos eventos adversos, e os pacientes passavam muito mal. Essas terapias novas para hepatite C são de uso oral e por um período mais curto. Então, o paciente aceita melhor o tratamento porque ele não vai sofrer, e sim ser curado. Um grande diferencial que proporciona essa expansão do cuidado”, observa Tonini.