Somente nos seis primeiros meses deste ano, 1.166 atendimentos foram viabilizados graças à realização de mutirões e Tratamento Fora de Domicílio (TFD), na regional de saúde do Juruá, em Cruzeiro do Sul. O TFD é um programa mantido pelo governo do Estado do Acre.
Garantir uma saúde de qualidade e acessível a todos é uma das prioridades da gestão Gladson Cameli. Considerando o déficit de especialistas no Acre, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) vem realizando mutirões de atendimento especializado para reduzir a demanda reprimida e facilitar o acesso à população.
Os mutirões de saúde estão sendo realizados mensalmente em Cruzeiro do Sul desde o início do ano. No último final de semana foram atendidos 120 pacientes do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) nas especialidades de endocrinologia e neurologia.
O quantitativo de pacientes corresponde a atendimentos em mutirões e encaminhamentos pelo TFD. Os pacientes aguardavam ser chamados para consultas nas áreas de reumatologia, neuropediatra, oncologia, cardiologia, neurologia, endocrinologista, entre outras.
“Todas essas ações visam diminuir a demanda reprimida da regional, principalmente o tempo de espera dos pacientes por atendimento especializado. Além disso, reduz os custos com transferência e também os gastos dos próprios pacientes,” explica Manuela Cameli, gerente administrativa do TFD no Juruá.
Pacientes atendidos
Maria da Glória Lima, moradora de Cruzeiro do Sul, fez uma consulta com endocrinologista e conta que mesmo já fazendo o acompanhamento de saúde foi a primeira vez que realizou o atendimento nessa especialidade no município. Sobre a realidade de quem viaja para fazer tratamento fora, ela conhece bem às dificuldades.
“Tenho duas netas especiais, que têm autismo, e minha filha teve que viajar uma vez e sofreu muito. Agora elas fazem todo o acompanhamento aqui, em Cruzeiro do Sul. Então, pra mim que sei da luta da minha filha com minhas netas, é de grande importância ter esse atendimento com especialistas aqui mesmo em Cruzeiro do Sul”, explica Maria.
Maria Teles, 54 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) há dois anos e fazia todo o acompanhamento em Rio Branco, por não ter o neurologista na regional do Juruá.
“Eu tive um AVC e fiz tratamento tudo por conta. Quando o médico disse que vinha pra cá, eu achei bom. Até falei pra ele que teria muitos pacientes, porque as pessoas aqui são muito carentes. Nem todos têm condições de viajar para fazer o tratamento. Hoje pude fazer o acompanhamento na minha cidade. Isso é muito importante e acredito que vai melhorar bastante para mim e para as pessoas que moram nessa regional”, conclui Maria Teles.
