Nesta terça, após a entrega da produção agrícola de mais de 650 famílias a 72 entidades, governador Gladson Cameli afirmou que incentivos à produção vão continuar
O governador Gladson Cameli anunciou, nesta terça-feira, 25, um aporte de R$ 6 milhões em recursos próprios do Estado do Acre para novas compras da produção da agricultura familiar. A notícia foi dada em solenidade de entrega de mais um lote de produtos hortifrutigranjeiros a entidades beneficiadas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Ministério da Cidadania, no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco.
O governo federal, por meio do PAA, disponibilizou R$ 1,2 milhão para a compra da produção agrícola de 660 famílias que vivem em projetos de assentamentos do Incra e em propriedades rurais de pequeno e médio porte no Acre, como forma de incentivar a produção agrícola.
Depois de adquirida, a produção foi repassada gratuitamente a 72 cooperativas, escolas, associações e entidades de cunho filantrópico localizadas nos 22 municípios acreanos.
Esta é a quarta etapa de um total de cinco, num sistema que permite o compartilhamento de pelo menos R$ 300 mil entre os produtores, a cada etapa realizada. O governo federal repassa o recurso para o governo do Estado que, por sua vez, compra do produtor sem interferências de atravessadores toda a produção, doando a produção a entidades públicas e sem fins lucrativos.
No entanto, no entendimento do governador Gladson Cameli, é preciso fazer muito mais pelo homem do campo, fortalecendo a economia rural e incentivando a geração de mais emprego e renda. “Por isso, estou mandando liberar mais R$ 6 milhões para novas compras, por entender que vocês devem ser valorizados ainda mais do que estão sendo”, surpreendeu o governador ao falar para o público de pequenos produtores. A ideia é que esses alimentos sejam destinados, principalmente, a hospitais.
Os novos recursos também fazem parte do já iniciado programa de valorização rural, do Governo do Estado do Acre, que começou no início de junho com o Programa ‘Ramais do Acre’. “No nosso governo, o desenvolvimento do Acre começou do interior para a cidade. Começou da zona rural para urbana e será assim, com a valorização do nosso homem do campo, que vamos seguir”, afirmou.
Participaram também da entrega, o secretário de Agricultura e Produção Rural, Paulo Wadt, a secretária de Turismo, Empreendedorismo e Pequenos Negócios, Eliane Sinhasique, o presidente do Instituto de Terras do Acre, Ismael Machado, o superintendente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, Sudam, Paulo Roberto Correia, e presidentes de associações rurais, dirigentes de cooperativas e de escolas públicas.
Eliminação do atravessador é fundamental para produtores
A produtora Fátima Maciel, de 58 anos, moradora do projeto de assentamento Baixa Verde, comemora ao fazer as contas. Pelo Programa de Aquisição de Alimentos, 30% da farinha que ela produziu foram destinados para a merenda escolar.
Desse modo, um quilo da mesma farinha sairia por R$ 2 nos mercados de Rio Branco, caso fosse oferecido por ela e a família. O mesmo quilo custaria R$ 2,80 caso ela repassasse ao atravessador na porta de casa. Já o governo paga R$ 4 pelo quilo.
“Nesse caso, o lucro é muito bom para a gente, porque a valorização é certa. Nesse caso, um fardo de 25 quilos que, para entregarmos ao atravessador, custa R$ 40, com a venda para o governo ganhamos R$ 75”, pontua ela, que além de uma casa de farinha, produz também hortaliças e legumes em uma área de três hectares.