Ana Paula Cameli abre diálogo sobre indígenas e mulheres na agenda do GCF 2019

Em Caquetá, Colômbia, primeira-dama declarou participação ativa nas políticas indígenas do Acre

Nesta terça-feira, 30 de abril, um dos primeiros eventos da reunião anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas 2019 (GCF Task Force Anual Meeting), teve como participante especial a primeira-dama do estado do Acre, Ana Paula Cameli.

O importante encontro, que tratou de governança colaborativa na prática, visou estabelecer processos para organizações indígenas e governos locais trabalharam juntos. E é exatamente esta a nova política no Acre: união de forças para o desenvolvimento social e econômico do estado. Em seu discurso, Ana Paula fez questão de destacar sua origem e propósito, afirmando que avançar sem degradar não é difícil.

“Minha mãe nasceu no seringal onde hoje é o município acreano de Porto Walter. A etnia predominante desta região é a dos povos Araras. E hoje, me alegra muito a presença de nossa representante Francisca Arara,” destacou a primeira-dama ao iniciar sua participação no GCF.

Primeira-dama Ana Paula Cameli com a líder indígena acreana Francisca Arara. (Fotos: Diego Gurgel/Secom)

Aproveitando o momento, a líder indígena acreana Francisca Arara deixou a mensagem de seu povo. “O GCF não nasceu de um partido político, mas de um movimento feito a nível internacional, apenas protagonizamos as melhorias para práticas de conservação. E, somos nós que respaldamos as políticas, que devem ser feitas com o indígena e não para o indígena. Acredito no novo modelo de desenvolvimento do governo do meu estado,” disse Arara.

O Acre se destaca na Força-Tarefa, desde sua fundação por consolidar política de conservação, mas também evidenciou nos períodos de 2002 a 2006, o auge do desmatamento na região, destacando 2003 como o ápice da degradação, quando alcançou mais de 10% de suas áreas desmatadas.

Durante sua fala, Ana relembrou que durante 20 anos o estado esteve de bem com a conservação, mas sem gerar benefícios às populações tradicionais, bem como em um contexto geral. “Em mais de 20 anos, não vimos de fato, o desenvolvimento de nossas populações florestais. Temos a honra de ter a classificação de membro fundador desta Força-Tarefa para o Clima e a Floresta. E de floresta nós entendemos, mas não nos basta conhecer. Nos falta inovação tecnológica para usufruir definitivamente dos recursos naturais que elas nos fornecem e que podem promover mudanças genuínas na qualidade de vida de nossas populações”, esclareceu a primeira-dama.

“Nosso governo respeita a voz das pessoas”, diz Ana Cameli

De acordo com Ana Paula, a população estimada do Acre chega a quase 870 mil habitantes, possuindo terras agricultáveis, mas a agricultura representa apenas 11% da economia do nosso estado. “Isso nos coloca em condição de dependência do setor público e assim, não avançamos em nossa própria fonte de subsistência”, ressaltou.

Ana Paula também colocou em pauta o empenho político do governador Gladson Cameli em dar voz aos povos indígenas. “Temos mais de 200 aldeias indígenas, com uma população de quase 20 mil habitantes em diversas regiões do estado. Nossa população tem, em sua trajetória, lutas e conquistas. O progresso rumo à sustentabilidade jurisdicional avançou, mas o investimento na vocação de trabalho de nossos indígenas e demais populações tradicionais pode e deve melhorar. Engajar nossos povos indígenas e nossas mulheres é uma das bandeiras de nosso governo. Eles são determinantes na condição do planeta que todos sonhamos, e não serão mais tratados apenas em discursos pelo mundo afora”, enfatizou, emocionada.

O governador Gladson Cameli já definiu as atribuições da nova secretaria de ações sociais, das mulheres e dos povos indígenas. A primeira-dama assumiu o compromisso de unir forças para elevar o potencial da vocação de nosso indígenas e dos recursos sustentáveis, com o propósito de promover qualidade de vida e desenvolvimento de fato.

“É sabido que temos ainda baixo mercado de produtos sustentáveis e, em governos anteriores, a falta de incentivo para impulsionar às mudanças por parte do setor produtivo foi o que não garantiu um programa de industrialização que valorizasse o mercados da matéria-prima de origem florestal. Agradeço mais uma vez esta Força-Tarefa, e reforço nossa política ambiental responsável. Sim! Nosso Acre agora é de todos e nosso futuro já chegou“, finalizou com os aplausos dos presentes.

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