Na reportagem, conheça o trabalho do Banco de Olhos, da Fundação Hospitalar, responsável por trazer a perspectiva do mundo novamente a quem havia perdido a visão
Com dificuldade de enxergar, nitidamente, desde o nascimento, o problema de saúde foi se agravando ao longo do tempo até que o agricultor José Aurélio de Souza Ferreira entrou para a fila dos pacientes que necessitam de um transplante de córnea. Em fevereiro deste ano ele foi submetido ao procedimento.
“Estou muito feliz. É bom poder fazer minhas coisas do dia a dia sem a preocupação de me machucar por não enxergar muito bem”.
O agricultor é um dos sete pacientes que receberam o transplante de córneas em 2019. O governo do Estado tem garantido a continuidade do serviço que oferta aos pacientes a comodidade de realizar o procedimento e todo o acompanhamento sem a necessidade do Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
A história de sucesso já se repetiu outras 194 vezes no Acre desde que os transplantes de córneas começaram a ser feitos na Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) em 2009.
Única a realizar o procedimento no estado, a oftalmologista Natália Moreno explica que a cada dois anos o hospital passa por um processo de credenciamento junto à Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, sendo necessário seguir as leis nacionais.
“Além de seguirmos os critérios estabelecidos com a fila de espera, atendemos também os casos considerados de urgência, como infecções por bactérias, perfurações de olho e casos com crianças”, explicou a médica.
A Fundhacre possui um ambulatório específico para atender os pacientes que precisam receber o transplante de córneas. O acompanhamento é feito desde o pré-operatório, cirurgia, até o pós-cirúrgico.
Entre as principais indicações para o transplante de córnea estão as doenças congênitas, complicações de cirurgias, acidentes e distorção da córnea.
“Temos a felicidade de acompanhar os pacientes e ao conversar com eles percebemos o quão valioso significa esse procedimento. É muito mais que devolver a visão, na realidade, é trazer de volta a esperança e vontade de viver”, falou o presidente da Fundhacre, Lúcio Brasil.
Quem também recebeu o transplante de córnea neste ano foi o diarista Raimundo Alves de Lima. Ele conta que depois de machucar o olho durante a roçagem de um terreno teve problemas de visão. Fez diversos tratamentos, mas o agravamento da inflamação fez com que ele estivesse apto para receber um novo tecido, e assim voltar a enxergar novamente. Ele é de Feijó e falou da satisfação de receber a ligação da equipe técnica da Fundhacre.
“A sensação de voltar a enxergar é maravilhosa, uma bênção de Deus. Passaram-se uns dias da cirurgia, fui passando os colírios e foi limpando a visão. Minha esperança agora é ficar curado de vez. Agradeço a toda a equipe do hospital”, disse Lima.