“A burocracia não vai atrapalhar o progresso do Acre”, diz Gladson Cameli ao visitar plantação de café
O governador Gladson Cameli não tem medido esforços para consolidar uma nova postura em relação a produção agrícola do Acre. Ao visitar uma plantação de café nesta terça-feira, 12, o gestor disse que quer fazer do Acre o novo endereço do café na Amazônia.
Gladson voltou a sinalizar que o Agronegócio é prioridade em sua gestão, e que entraves burocráticos não impedirão o desenvolvimento econômico do estado.
“O momento é de olhar para frente e acreditar que chegou a hora de colocar o Acre nos trilhos do desenvolvimento. Queremos ser o novo endereço do café na Amazônia, para que isso aconteça, vamos dar todas as garantias possíveis para quem deseja investir no nosso estado, e no que depender do governo, a burocracia não vai mais atrapalhar o progresso do Acre”, enfatizou o governador.
A visita ao plantio de café em uma propriedade rural no ramal Granada, zona rural do município de Acrelândia (distante 110 quilômetros de Rio Branco), faz parte da agenda positiva voltada ao agronegócio com uma comitiva formada pelo vice-governador de Rondônia, José Jordan, por empresários e autoridades do estado vizinho.
Durante seu discurso para uma numerosa plateia de agricultores e pecuaristas, Cameli confirmou a revisão de leis que dificultam o plantio em larga de diversas culturas. Além disso, já determinou a realização de um estudo para verificar a situação de produtores rurais multados pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) de maneira desproporcional.
Gladson Cameli também anunciou investimentos para o setor. Por meio de uma emenda da bancada federal do Acre, estão assegurados R$ 94 milhões para investir na recuperação e manutenção de ramais. A execução será feita ainda este ano e vai dar a garantia que o homem do campo precisa para não perder sua produção.
O administrador também falou que já solicitou a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) a liberação de recursos para investimentos em pesquisas por meio da modernização dos laboratórios da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac).
Gladson Cameli disse que o maior desafio no setor rural é a regularização fundiária. O gestor está otimista com o apontamento do Governo Federal em resolver esta questão. Cameli cobrou a união dos parlamentares da Amazônia a fazer pressão para que o tema seja colocado em pauta ainda este ano.
Na visão do vice-governador rondoniense, José Jordan, o Acre inicia um processo similar ao que ocorreu no estado vizinho duas décadas atrás. Atualmente, Rondônia é o maior produtor de café da Região Norte do país.
A estimativa para a safra 2018-2019 é de 2,2 milhões de sacas de 60 quilos do grão. São quase 64 mil hectares destinados para o cultivo de café.
“Eu vejo que está acontecendo um importante intercâmbio entre Acre e Rondônia. O governador Gladson Cameli tem demonstrado que vai dar total apoio para que o produtor rural trabalhe sem nenhum tipo de burocracia e foi o que aconteceu em Rondônia, por isso, não tenho dúvida que vamos alavancar a economia dos dois estados”, pontuou.
Além de Acrelândia, a comitiva conheceu experiências agrícolas desenvolvidas no município de Plácido de Castro, Capixaba e Senador Guiomard.
Acreditando na nova política econômica, empresário anuncia mega plantação de café no Acre
O empresário Aníbal de Souza está de mudança definitiva para o Acre. O motivo é um só: o produtor rural está confiante no futuro promissor do estado. No fim do ano passado, Souza adquiriu três propriedades rurais na região do município de Acrelândia, uma delas no Ramal Granada.
As áreas de terras totalizam 700 hectares. Espaço suficiente para produzir milho e café. Este último, o empresário pretende fazer um ousado investimento. A intenção é realizar todo o processo desde o plantio até a industrialização do produto com uma marca própria.
“Hoje, já temos 60 mil pés de café plantados em uma de nossas propriedades e queremos chegar a 500 mil pés até 2021. Além disso, também vamos processar o grão em nossa própria indústria e entregar o produto embalado, pronto para ser vendido. Algo inédito no Acre”, explicou, animado, o produtor.
Souza é proprietário de uma empresa de melhoramento genético da raça Senepol no Mato Grosso do Sul. Parte da estrutura já foi transferida para Acrelândia e, em breve, o processo será concluído.
O empreendimento será o primeiro da área a se instalar no Acre. Aníbal de Souza afirmou que a nova política econômica adotada pela atual gestão foi o principal motivo que o impulsionou a escolher o estado para investir.
“Estamos confiantes e acreditamos que o novo governo vai apoiar fortemente a produção rural e é somente essa garantia que nós precisamos. O investimento que decidimos fazer aqui no Acre vai trazer muitos benefícios, além dos impostos que serão recolhidos, vamos gerar emprego e renda para a região de Acrelândia”, destacou.
Celson Timpurim, o ‘louco’ que apostou no café clonado
“Eu gosto tanto de café que tenho até no meu nome”, brinca o agricultor Celson Timpurim Cafer. Ele é mais um entusiasmado com a nova visão de futuro e prosperidade proposta pelo governador Gladson Cameli.
Timpurim é paulista, mas já se considerada um acreano de coração. O produtor, que vive no estado há 14 anos, veio decidido em plantar o grão na propriedade rural que possui no Ramal Granada.
Celson só não contava que encontraria inúmeras dificuldades para cultivar café no Acre. O produtor esbarrou na burocracia. Plantações acima de 30 hectares necessitam de um complexo licenciamento ambiental que pode durar mais um ano para ser obtido.
Atualmente, Timpurim possui uma lavoura de, aproximadamente, 10 hectares. Em 2014, o cafeicultor decidiu ousar ao adquirir e plantar mudas de café clonal. Diferente da espécie tradicional, o clonal vem de uma semente geneticamente modificada que consegue absorver melhor a adubação e garante maior produção e melhor qualidade do grão.
Entretanto, o café clonal necessita de mais irrigação que o café comum, principalmente no período de seca. Na época, Timpurim não possuía estrutura para irrigar o plantio e, por causa disso, teve que conviver com a desconfia de outros produtores da região.
“Fui chamado de louco muitas vezes, ninguém acreditava que a plantação vingaria e que eu iria ter um grande prejuízo. Mesmo assim, insisti e na seca, sem nenhum tipo de irrigação, consegui colher 40 sacas de café por hectare”, lembra o produtor rural.
Surpreso com o resultado positivo da espécie clonal, o cafeicultor investiu em um sistema de irrigação e consegui triplicar a produção. Em 2018, conseguiu alcançar uma excelente colheita de 120 sacas por hectare.
Para este ano, Timpurim ampliou a plantação e espera bater um recorde. Utilizando técnicas modernas de produção, ele espera recolher 180 sacas de café em apenas um hectare. A rentabilidade financeira pode chegar a R$ 54 mil.
Com a aposta de abrir o Acre para desenvolvimento, sobretudo por meio do incentivo ao agronegócio, Celson Timpurim está confiante com a nova postura adotada pela gestão estadual. O produtor já confirmou que planeja ampliar o cultivo do grão em sua propriedade.
“Não só eu, mas tenho certeza que todos os produtores rurais do Acre estão empolgados com o incentivo que o governo vai dar para o agronegócio. O nosso estado tem excelentes terras e muita gente com vontade de trabalhar, o que faltava era um governador que olhasse por nós e nos apoiasse. Agora, já temos tudo isso”, destacou.
O que eles disseram
“O Acre vive um novo momento, em especial no setor produtivo. Vamos ter a esperança de dias melhores e acreditar que isso é possível”, Gladson Cameli, governador do Estado Acre.
“Acreditem que o Brasil será outro a partir de agora”, José Jordan, vice-governador do Estado de Rondônia.
“Não podemos ter um estado dependente de repasses federais. O caminho para o desenvolvimento do Acre é a produção rural”, Major Rocha, vice-governador do Estado do Acre.
“É possível trabalhar, a partir de agora, sem perseguição”, Paulo Wadt, secretário de Estado de Produção e Agronegócio do Acre.
“Ficamos felizes em ver um governador e um vice-governador alinhados em ações que desenvolvam o Acre”, Evandro Padovani, secretário de Estado de Agricultura de Rondônia.