Iniciativa busca diminuir escassez do feijão no Estado. Cerca de duas mil famílias serão beneficiadas pelo projeto
Em parceria com o governo federal, por meio do Ministério de Abastecimento, o Governo do Estado, juntamente com a Prefeitura de Rio Branco, promoveu na manhã desta sexta-feira, dia 11, o início do Projeto Produção de Feijão em Rio Branco, pelo qual será entregue um total de seis toneladas de grãos de feijão aos produtores rurais do município.
Durante toda a próxima semana, o projeto realizará a entrega dos grãos, beneficiando aproximadamente duas mil famílias que vivem da agricultura familiar.
O projeto é direcionado estritamente à agricultura familiar e surgiu a partir da escassez da semente de feijão, ocasionada pelo fato de muitos agricultores estarem deixando de plantar o produto para investir em outras áreas agrícolas, principalmente a pecuária.
A iniciativa é uma reivindicação dos movimentos sociais ligados ao setor rural, que propuseram ao poder público uma parceria para que a produção de feijão fosse retomada. Segundo o engenheiro agrônomo José Rebouças, o alto preço do feijão no mercado é o principal reflexo da escassez, que ocorre não só no Estado, mas em todo o país.
"Com esse programa, esperamos garantir produção suficiente para o mercado local e baixar o preço do feijão, já que muitas famílias carentes não podem ter acesso ao produto. No mercado interno não existe a semente do feijão em curto prazo para vender. Para poder fazer a distribuição a esses produtores, conseguimos junto à Conab e ao Ministério do Abastecimento grãos de boa qualidade, não podendo esta substituir a semente, que possui poder germinativo de 90%", lembrou Rebouças, que é também coordenador do Departamento de Agropecuária e Extrativismo da Secretaria Municipal de Agricultura e Floresta (SAFRA).
Ele explica ainda que, apesar de não se tratar de sementes, mas de grãos melhorados, o poder germinativo é menor. Isso, porém, não impede o sucesso do plantio desses grãos, possibilitando uma excelente produção. A partir daí, os agricultores poderão obter as sementes, com as quais a próxima safra também estará garantida", assegurou.
Mesmo que a demanda do feijão se regularize, o projeto vai se estender aos 22 municípios do Acre. A proposta é fazer com que o número de famílias inseridas no projeto se multiplique. Cada produtor receberá inicialmente dez quilos de grãos.
No fim da produção, cada trabalhador deverá retirar da própria safra cinco quilos para ser entregues a associações ligadas ao setor rural a fim de serem repassadas a outros agricultores ainda não inseridos no projeto. O restante da safra servirá de alimento ou produto para ser posto à venda. No próximo dia 25, inicia-se o processo de plantio, quando haverá treinamento para capacitação de extrativistas no Riozinho do Rôla.
A presidente da Associação Três Palhetas, Cleucilene da Silva Lima, diz estar satisfeita e espera que a ação proporcione melhorias ao plantio dos produtores.
"Estou bastante otimista porque há alguns anos estamos tendo dificuldade para trabalhar com o plantio de grãos, principalmente o feijão, por falta de sementes. Espero que isso melhore as condições em que vivemos, porque o preço do feijão subiu muito. Isso é ruim para os moradores da cidade e para quem vive na zona rural. Alguns experimentos que fizemos não deram certo por falta de assistência, mas este ano estou confiante de que tudo dê certo", disse.
Agência de Notícias do Acre
