Depois de conquistar o mercado interno e também os países de fronteira, o Complexo de Piscicultura Peixes da Amazônia celebra um novo momento com a conquista do certificado internacional da FDA Registration and US Agent Representation. Na prática, significa que a indústria está apta para exportar aos Estados Unidos, celebrando, assim, um novo ciclo nessa cadeia produtiva que alcança a partir de agora um dos mercados mais exigentes de todo o mundo.
O certificado foi emitido nesta semana após o cumprimento de uma série de exigências da FDA, entidade responsável pelo registro de alimentos, bebidas e outros produtos nacionais e estrangeiros comercializados nos EUA. Segundo o diretor-presidente da Peixes da Amazônia, Inácio Moreira, uma amostra de produtos foi enviada àquele país para análise. Agora, a indústria já espera o primeiro pedido para os próximos dias.
“Nosso produto chegou hoje a Miami e estamos em contato com a Flórida na expectativa de fecharmos nosso primeiro pedido já nos próximos dias, iniciando assim a relação comercial do Acre com esse grande Estado norte-americano. O certificado internacional representa a valorização da nossa planta industrial. Estamos comemorando, mas com a certeza de que podemos honrar com esse compromisso, como temos honrado com o Peru com números fantásticos. Para se ter uma ideia, a Peixes da Amazônia exporta 17 toneladas de pescado semanalmente para o Peru, o que representa um incremento significativo na economia acreana de R$ 11,5 milhões em 134 remessas enviadas”, destaca Moreira.
Incremento na balança comercial
Dados do Observatório do Desenvolvimento apontam que o saldo da balança comercial do Acre em agosto de 2018 subiu 72% nas exportações em relação ao mês anterior. Quando comparado de janeiro a agosto de 2018 com o mesmo período de 2017, as exportações cresceram 65%.
A proteína animal é um dos principais produtos acreanos exportados, perdendo apenas para a castanha-do-brasil e a madeira. Com a abertura de novos mercados, consolidando a parceria público-privado-comunitária (PPC), a expectativa é de que esse saldo se torne ainda maior, aquecendo a economia local e gerando mais empregos e renda aos produtores.
“Avalio [a certificação] como altamente positiva, porque temos plantas industriais em desenvolvimento além da Peixes [da Amazônia], como a Dom Porquito, a Acreaves, em breve quelônios e outros, gerando mais empregos diretos e indiretos. Isso mostra que temos condições de produzir levando em consideração as peculiaridades do nosso Estado. O peixe produzido no Acre é de alta qualidade e certamente é uma questão de tempo para um desenvolvimento ainda maior, porque já está provado que peixe dá lucro. Basta a iniciativa privada e os produtores continuarem acreditando, assim como o governo acreditou e apostou, pois é um bom negócio”, ressalta o diretor-presidente.
Valorização da cadeia produtiva
Criada pelo governador Tião Viana, a Peixes da Amazônia é um dos maiores complexos de piscicultura do país que exemplifica o sucesso do modelo de parceria público-privado-comunitária.
O espaço reúne laboratório de alevinos, fábrica de ração e frigorífico de pescado, fazendo parte do programa de fomento da piscicultura no Acre promovida pelo governo do Estado, que construiu mais de quatro mil tanques comunitários para pequenos produtores.
Apostando nessa cadeia produtiva, o governo do Estado investiu ainda na entrega de tanques aos pequenos produtores. Foram quase seis mil entregues durante a gestão Tião Viana.
“Não é só um investimento na planta [estrutura], mas também no pequeno produtor, o que dá a segurança para que ele permaneça na zona rural. Esses resultados alcançados até aqui revelam que é preciso manter esse compromisso com os produtores, mantendo a assistência técnica, diversificando a produção para que essa tendência de sucesso continue, a exemplo da Balança Comercial Acreana, que tem apresentado saldo positivo. Tudo isso representa uma atitude correta do governador em investir no pequeno produtor”, salientou Moreira.