A educação é um direito de todos e está garantida na Constituição Federal, mas nem todos os governos tomam essa pasta como prioridade. Não é o caso do Acre, um dos sete estados da Região Norte. Nessa parte da Amazônia brasileira, o investimento na formação por parte da administração estatal perpassa a formação básica.
Desse lado, o governo do Estado se preocupa com a formação da população também em nível superior. Não é a toa que, somente por meio da parceria do Estado com a Universidade Federal do Acre (Ufac), de 2000 a 2014 foram celebrados sete convênios para sete programas distintos de graduação.
Esses programas garantem a formação de professores e também comunidades. É o caso da licenciada em Biologia Anaclesia Lopes, que fez a graduação graças ao empenho dos dois órgãos em programas como o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).
“Por meio desse programa que vem ajudando varias pessoas sem formação acadêmica, consegui realizar o sonho de toda uma vida, que era cursar Biologia, e hoje estou formada por uma das melhores universidades da América Latina”, conta Anaclesia.
Além do Parfor, a parceria da Ufac com o governo acreano, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE), garante ainda a oferta dos programas Proformação, Pro-Saber 1 e 2, o Programa de Licenciaturas para os Municípios Isolados ou de Difícil Acesso (Profir) e o ProEco, destinado aos professores da zona rural.
Há ainda o Programa Especial para Formação de Professores na área de Matemática (Proemat), projeto que faz parte do Plano de Formação Docente e que em sua primeira edição ofertou 400 vagas, distribuídos para professores e comunidades em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Brasileia. Foi por ele que o casal Letícia Ventura e Antônio Mesquita se graduou.
Para eles, o Proemat tem grandes significados, já que foi no curso que se conheceram. Letícia é professora de matemática e Antônio, consultor de vendas. “Trabalho no ramo comercial, mas meu sonho agora depois de formado é trabalhar como professor de matemática também”, revela.
Sistema UAB
Letícia, Antônio e Anaclesia integram o grupo de acreanos que fizeram cursos nos campi presenciais, mas a realidade do Acre, por suas características geográficas e isolamento de vários dos seus municípios, exige formação que vá além do formato presencial e responda às reais necessidades do sistema, sem abrir mão da qualidade.
Foi então que o governo do Acre, por meio da Secretaria de Educação e Esporte, aderiu ao Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior na região. O sistema é integrado por universidades públicas que oferecem cursos de nível superior para profissionais da educação e comunidade, na modalidade de educação a distância.
Por esse modelo, o Estado firmou parcerias com diversas universidades públicas do país e ofertou de 2007 a 2011 mais de 1.500 vagas em cursos de nível superior como Pedagogia, Administração, Artes Visuais, Teatro e Música, além de diversos cursos de pós-graduação e aperfeiçoamento.
“A adesão do Acre ao sistema UAB, com a modalidade de educação a distância, traduz o esforço do governador Tião Viana, que em conjunto com as instituições parceiras tem alcançado os municípios isolados, os quais, de outra forma, não seriam contemplados com oferta de curso superior”, ressalta o secretário de Estado de Educação, Marco Brandão.
Atualmente o Estado trabalha com oito polos do Sistema Universidade Aberta do Brasil, localizados em regiões que contemplam diferentes regiões. Há polos distribuídos em Acrelândia, Brasileia, Cruzeiro do Sul, Feijó, Rio Branco, Sena Madureira, Tarauacá e Xapuri.