Desde o início deste mês o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) vem executando junto a instituições parceiras um projeto que beneficia com manutenção os parques públicos de Rio Branco, tendo como diferencial a utilização da mão de obra de reeducandos do regime fechado, que foram anteriormente qualificados para o trabalho.
Trata-se da oportunidade de ressocialização para aqueles que não respondem processo disciplinar, têm bom comportamento e foram devidamente liberados pela Vara de Execuções Penais. Mais de 15 deles estão diariamente dedicando horas de trabalho nos parques administrados pelo Estado, sob a supervisão de agentes penitenciários.
Depois de finalizarem o Parque da Maternidade na região central, seguiram para a extensão da Estrada Dias Martins, de onde seguirão para outros locais dando continuidade aos trabalhos.
A ação é resultado da parceria entre o Iapen, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Obras Públicas (Seop) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que resultou na primeira modalidade do curso de operação e manutenção de roçadeiras aplicado a reeducandos. Também parceira, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia), colaborou com o projeto ofertando capacitação na área de podas e paisagismo.
“Este projeto foi muito bom pra estimular a gente a voltar ao meio social, porque muitos veem a gente de uma maneira muito preconceituosa por causa dos erros que foram cometidos lá atrás. Mas acredito que todo mundo que deseja uma segunda chance precisa de uma oportunidade”, relata o reeducando L. R. M., 44 anos.
Ele está há dois anos no regime fechado e deve cumprir pena até dezembro deste ano. Acostumado a trabalhar nos serviços internos da unidade, como nos cuidados das hortaliças, ele vê a oportunidade das capacitações como um caminho para voltar a conviver em sociedade e retornar ao seio familiar, onde lhe esperam a esposa, uma filha e uma neta. “Quem deseja seguir um novo rumo ao lado da sua família precisa se agarrar a essas oportunidades, e é isso que estou buscando fazer”, afirma.
Para o diretor-presidente do Iapen Aberson Carvalho, essa é uma forma de oferecer a oportunidade que os reeducandos precisam e de dar suporte aos órgãos públicos responsáveis por esse trabalho de limpeza. “Tiramos esse público da ociosidade, ao mesmo tempo em que eles conquistam a redução de pena por tempo trabalhado e dão respostas de mudança à sociedade, para a qual voltarão cada um a seu tempo”.