Sete meses após ser atropelado, o coordenador da equipe de fiscalização do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC), Jones Costa, volta ao trabalho e pede mais consciência no trânsito.
Em setembro do ano passado, dia de seu aniversário, Jones Costa saía de uma reunião de trabalho na sede do Detran e foi atropelado por um motociclista quando realizava a travessia da Avenida Ceará.
O acidente foi grave e, tanto o agente de trânsito como o motociclista, que dirigia em alta velocidade e estava com a habilitação suspensa, ficaram gravemente feridos.
Depois de ter ficado em estado gravíssimo e passado por diversas cirurgias, internação na Unidade Tratamento Intensivo (UTI) e por um longo período de fisioterapias, ele enfim voltou à rotina de trabalho.
“Não me lembro de nada. Quando acordei em casa, estava com o braço e a perna quebrados. Minha esposa me contou e eu só pensei em quantas vezes trabalhei para impedir os crimes de trânsito e como buscava promover a segurança nas vias”, recorda Costa.
Animado com a volta ao trabalho, o servidor conta que ainda está em processo de recuperação e comemora o fato de ter sobrevivido e poder chamar a atenção das pessoas com sua história.
Educar para prevenir
O Detran realiza constantemente ações educativas para prevenir a violência nas vias, orientando crianças, jovens e adultos sobre a responsabilidade de cada pessoa para que o trânsito seja cada vez mais seguro e sem mortes. Só em 2017, as equipes de educação do departamento levaram atividades como peças teatrais, palestras e distribuição de material informativo a mais de 280 mil pessoas em todo o estado.
Ações como essas, somadas às atividades de engenharia e fiscalização desenvolvidas pelo órgão de trânsito, têm rendido bons frutos. Desde 2011 o estado conquista redução no número de mortes nas vias, ano após ano, alcançando em 2017 a maior redução de mortes nas vias da história do Acre, quando foram contabilizadas 76 mortes – no ano anterior o registro foi de 103 vítimas fatais de acidentes de trânsito.
Pensando na valorização à vida, o Detran segue com atividades de educação, engenharia e fiscalização na capital e interior, na busca de promover a cultura de paz nas vias e conscientizando o cidadão sobre sua responsabilidade no trânsito, valorizando a participação de todos para o alcance da plena segurança viária.
Para Costa, que está recomeçando a vida, todos devem cuidar para que valores sociais e atitudes que garantam o direito de ir e vir com segurança sejam desenvolvidos na sociedade, de forma que pessoas não vivam mais mutiladas por consequência da imprudência e vidas não sejam perdidas no trânsito.
“Estar vivo é maravilhoso, mas eu e minha família sofremos muito. Ninguém deveria passar o que passei, ninguém deveria perder pessoas queridas no trânsito. Todas as pessoas já deveriam ter compreendido que as leis de trânsito não existem para punir, mas para organizar as vias e proteger vidas. Obedecer é dever de todos”, enfatiza Costa.