No mês da mulher, governo oferta dia de beleza à pessoas em situação de rua na capital

As mulheres em situação de rua enfrentam dificuldades como a fome, as drogas, o alcoolismo, o assédio sexual, violência, e também a falta de autoestima, elas não se reconhecem como mulheres detentoras de seus direitos e com suas qualidades.

Para que as mulheres visem uma nova perspectiva de si e entendam sobre os seus direitos, o gabinete da vice-governadora, Nazareth Araújo, juntamente com a Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres (SEPMulheres) e Secretaria de Educação (SEE), promoveu nesta sexta-feira, 23, uma ação, no coreto da Praça Povos da Floresta, para as mulheres em situação de rua.

Por meio de rodas de conversas, as mulheres falaram sobre temas como o uso prejudicial de álcool e outras drogas e violência contra a mulher. Para estimular o desejo por sua identificação como mulher na sociedade, a ação alusiva ao mês da mulher também promoveu atividades na área de beleza, onde elas puderam fazer corte de cabelo, escova, maquiagem, e esmalteria.

A iniciativa teve o apoio do Centro POP,Prefeitura Municipal de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social(Semcas), e de consultoras de beleza.

Assistência

O governo do Estado do Acre desenvolve diversos projetos na área de assistência, um deles foi à criação do Plano Estadual para a População em Situação de Rua, elaborado com apoio do gabinete da vice-governadoria, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e outras instituições.

O plano estabelece políticas públicas em oito eixos temáticos: Saúde, Educação e Esporte, Cultura e Lazer, Previdência Social, Trabalho e Renda, Assistência Social, Moradia e Segurança.

A funcionária pública Larissa (nome fictício), conta como sua mãe se tornou moradora de rua e como a falta de autoestima influenciava na dificuldade de sair das ruas e retornar ao círculo familiar.

“Minha mãe viveu em situação de vulnerabilidade social, tinha casa, filhos e família estruturada, mas a dependência química a fez se isolar ao ponto de morar na rua. Ela chegou a pedir ajuda nos sinais e seu aspecto físico era irreconhecível: magra, com cabelos desalinhados, unhas sujas por causa do uso contínuo de drogas”, relata Larissa.

Para ela, ações como essas precisam ser multiplicadas. “Pequenas atitudes devem ser incentivadas, ações simples que visam recuperar a autoestima e lembra-los que são pessoas, seres humanos e que o seu lugar não é na rua,” enfatiza.

A Secretaria Nacional de Assistência Social aponta que a população em situação de rua caracteriza-se por um grupo populacional diversificado, composto por pessoas com diferentes realidades, mas que tem em comum a condição de pobreza absoluta, vínculos interrompidos ou fragilizados, falta de habitação convencional regular, sendo forçadas a utilizar a rua como espaço de moradia e sustento, por caráter temporário ou permanente.

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