Em curso de uma política de desenvolvimento sustentável há quase 20 anos, o Acre tem demonstrado o êxito de suas experiências por meio do crescimento de índices de desenvolvimentos econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) – o estado é o quarto do país que com maior crescimento acumulado – ao mesmo tempo em que reduz o seu desmatamento ilegal – 34% em 2017.
Reconhecido por ser pioneiro na implementação de um programa de redução das emissões de carbono, com pagamentos por serviços ambientais, o REM, o Estado se tornou referência para outros governos nacionais e internacionais que buscam implementar essa política pública. Nesta terça-feira, 13, gestores da Guatemala, Peru, Moçambique e Madagascar puderam conhecer as experiências acreanas de sucesso.
O encontro entre a delegação estrangeira e gestores acreanos das áreas ambiental, produtiva e econômica foi articulado pelo Banco Mundial, que visa promover iniciativas de valorização do carbono florestal no planeta, por meio da Cooperação Sul-Sul – acordo que reúne mais de 20 países, com florestas tropicais, e objetiva o apoio para que se alcance do desenvolvimento sustentável dessas regiões.
“Possuímos no Banco Mundial uma linha de intercâmbios e troca de conhecimentos entre países Sul-Sul, do Fundo de Carbono. Por isso, viemos aqui realizar esse compartilhamento de informações, pois acreditamos que o Acre é um exemplo mundial de regulamentação do monitoramento de florestas e em partilhas de benefícios, bem como na implementação dos mecanismos de combate ao desmatamento e degradação florestal”, salientou Julian Gonzalo Jimenez, Especialista Sênior do Banco Mundial.
Em sua fala de boas-vindas, o governador Tião Viana, apresentou aos visitantes as bases da política de desenvolvimento sustentável, em sua gestão. “Cada povo tem sua identidade nos seus produtos, mas precisa incorporar a qualidade e expectativa de ganho para quem vai plantar. Assim a gente consegue vencer. Nosso resultado é a redução do desmatamento, melhora da qualidade de vida e economia, industrialização de produtos sustentável e de proteínas de baixo carbono, além do avanço na organização das comunidades”, frisou.
Floresta habitada e preservada
Com 87% de floresta nativa, o Acre é um dos estados que mais reduz o desmatamento ilegal e, assumindo o compromisso de zerar o seu desmate ilegal até 2020. Ao mesmo tempo em que atua como protetor do meio ambiente, o Estado estimula a ocupação sustentável de suas áreas abertas e o uso racional dos seus produtos florestais.
As atividades econômicas são pautadas no respeito às questões ambientais, sociais e climáticas. Magaly Medeiros, diretora-presente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), observou que “O Acre é pioneiro como um governo subnacional, que remunera diferentes populações tradicionais pela manutenção da floresta em pé e pelas práticas sustentáveis de recuperação de nossas áreas. Tem feito seu dever de casa na contribuição da proteção da floresta e do clima e é por isso que tantos países buscam vir aqui”.
De acordo com o secretário de Estado Meio Ambiente, Edegard de Deus, a visita demonstra que o Estado está no caminho certo. “Apostamos lá atrás numa política de desenvolvimento sustentável, na contramão de tantos outros estados que continuam avançando em suas áreas de floresta. Nossa experiência deu tão certo que hoje servimos de exemplo”, destacou.