“O servidor público é a alavanca do desenvolvimento”, afirma Tião Viana em entrevista

Com uma folha recorde, em 30 dias o governo do Estado liberou mais de R$ 654 milhões para os servidores acreanos por meio dos salários de novembro e dezembro, mais o 13º.

O esforço é resultado de um ano com muitos ajustes fiscais por parte do governo do Acre, mesmo fazendo grande investimento nas áreas de saúde, segurança e produção agrícola.

O governador Tião Viana concedeu entrevista à rede de televisão TV Acre nesta quarta-feira, 27, para falar deste momento de finalização do ano de 2017. A conversa foi uma oportunidade para demonstrar ainda mais à população o esforço do trabalho realizado este ano e explicar o caminho que o Acre está seguindo.

Sobre o pagamento dos vencimentos de fim de ano, Tião Viana declarou: “Foi um desafio de contar cada detalhe e ajuste fiscal para entregar este fim de ano com o comércio aquecido, a economia se levantando e uma expectativa boa para o ano que vem”.

O governador explicou ainda que o governo federal não está cumprindo com os repasses obrigatórios, previstos na Constituição. Até o momento deixou de ser passado ao estado mais de R$ 1 bilhão. “Isso tudo gerou dificuldades extremas.”

Mesmo com as dificuldades relatadas por conta da crise nacional, que tem travado a economia, a gestão de Tião Viana tem conseguido honrar a cada mês o esforço dos trabalhadores acreanos. “O servidor público é a alavanca do desenvolvimento. É o grande responsável por fomentar, estimular e criar elos entre os setores privados e institucionais para gerar uma economia que possa responder às dificuldades das políticas de custeio do estado”, disse.

Gestão para o desenvolvimento

Durante a entrevista, quando indagado sobre as questões que são desafio para a gestão pública, como a Previdência estadual e nacional, o governador explicou que os servidores não devem ser culpados. Segundo ele, o problema da crise é econômico, e deve ser encontrada uma solução para o crescimento das atividades e investimentos. “O orçamento da União para o ano que vem é de R$ 39 bilhões, o mais insignificante das últimas décadas. Nós não podemos ter um país reagindo da economia se não tivermos investimentos públicos”, disse.

No caso do Acre, a Previdência tem um déficit de R$ 32 milhões. Para Tião Viana, o desenvolvimento econômico do estado e a garantia de renda para as famílias é uma das soluções para que o Estado possa honrar seu custeio. “Desde o dia em que eu assumi a luta foi uma só: abrir uma perspectiva econômica viável e de bom resultado para o Acre. Ou seja, diversificar a base econômica, agroindustrializar o estado, fortalecer empresas, trazer grupos de serviços, plantar e criar em abundância e fazer com que a atividade rural se torne um círculo virtuoso”, afirmou.

Nesse sentido, ele complementa: “Quando a economia se fortalece, a despesa corrente diminui porque tem uma receita maior do estado e assim consegue-se pagar as obrigações. Ou tem economia ou não tem viabilidade. O Acre faz todo o esforço, cada detalhe da Previdência, de cumprir a legislação”.

O governador deu o exemplo da cadeia produtiva do mel de abelha, uma atividade econômica rural de alto impacto ambiental positivo e com grande potencialidade de geração de renda. Em 2011 havia 35 famílias criadoras de abelha, hoje já são 1.120 famílias, de Marechal Thaumaturgo a Assis Brasil. “Até o ano que vem serão 1.500 famílias. Isso é economia. Um litro desse produto chega no Rio de Janeiro a 320 reais”, afirmou.

Segurança

No fim da entrevista, o governador foi questionado sobre a segurança. Em resposta, afirmou: “A segurança é o mais grave problema que temos, a falta de uma cultura de paz. O que temos de trabalho é a união das polícias, um esforço gigante de participação. Nenhum governador no Brasil aumentou o efetivo policial em mais de 30%, como foi feito aqui no Acre”.

Tião Viana pontuou ainda que as forças de segurança demonstram uma possibilidade de mudança de cenário. “No mês de dezembro do ano passado foram 70 homicídios, em dezembro deste ano até hoje foram 26. É uma redução em mais de 50%, que esperamos que se mantenha para mostrar uma tendência de inversão na curva de homicídios”, disse.

Ele relembrou o que afirma desde o início deste ano: que a violência, não só no Acre, como em todo o Brasil, é uma consequência do narcotráfico e que precisa de uma ação mais forte por parte da União. “O problema da violência está ligado à droga, e isso é uma atribuição da União. As fronteiras do Acre e da Amazônia estão abertas para a entrada do narcotráfico, que vem do Peru e da Bolívia e contamina e destrói gerações de jovens”, completou.

O governador finalizou reafirmando a importância da ação do governo federal e de que a sociedade encontre um caminho de paz. “O governo do Estado faz sua parte com a Secretaria de Segurança, mas o governo federal precisa fazer a sua e controlar as fronteiras. Estamos lutando por uma cultura de paz, esse é o único caminho. É preciso que as pessoas tenham um autoconhecimento e vejam o sentido da paz e não do assassinato.”

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