Lançamento do livro “Pássaro sem Rumo – Uma Amazônia Chamada Genésio” marca semana Chico Mendes

Testemunha chave no processo de prisão dos assassinos de Chico Mendes, Genésio Ferreira da Silva conta a própria história no livro “Pássaro sem Rumo – Uma Amazônia Chamada Genésio”, que será lançado nesta terça-feira, 19, às 16 horas, na Livraria Paim, em Rio Branco.

Publicada pela Editora Instituto Vladimir Herzog, a obra decorre de um manuscrito de 365 páginas reduzido para 240 para facilidade de leitura. Em seu relato, Genésio conta como aos 13 anos se tornou peça fundamental na condenação dos criminosos do líder seringueiro e ambientalista, Chico Mendes, assassinado em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri.

Para publicar o livro, o autor dispôs do apoio e colaboração do jornalista acreano Elson Martins, que participa de um bate-papo com o escritor na tarde de autógrafos. Outro ilustre colaborador na consolidação da obra foi o jornalista e escritor brasileiro, Zuenir Ventura, que esteve no Acre em 2004, e descobriu manuscrito.

Marina Silva assina o texto de orelha de o “Pássaro sem Rumo”, que estará disponível para compra durante o lançamento no Acre. A atividade de promoção da obra compõe a programação da  Semana Chico Mendes, que se inicia nesta sexta-feira, 15, com a entrega do Prêmio Chico Mendes de Florestania e se encera no próximo dia 22.

“Essa obra nasceu da minha história de vida, da experiência que tive na fazenda Paraná, antes da morte de Chico Mendes. Ela retrata o que vivi antes de sua morte e depois, pois fui testemunha do seu assassinato e ajudei a prender os criminosos. Escrevi esse livro como forma de dar uma resposta à sociedade, pois na época foi acusado de ter sido comprado para testemunhar a favor de Chico”, explica o autor.

Genésio Ferreira, por Elson Martins

Elson Martins e Genésio Ferreira durante entrevista à Rádio Aldeia FM (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

“Genésio Ferreira da Silva tinha apenas 13 anos quando o peão Darci Alves, de 21, a mando do pai fazendeiro Darli Alves, matou com um tiro de espingarda calibre 20 o líder seringueiro e ecologista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. O menino conhecia pouco a vítima, mas sabia muito sobre a vida dos assassinos. Na verdade, morava junto com eles, na Fazenda Paraná, a 20 km da cidade.

O crime ocorreu ao anoitecer do dia 22 de dezembro de 1988. Darci enfiou-se de tocaia no quintal da casa de Chico Mendes e por volta das 18h45 disparou sua arma atingindo o seringueiro com 42 caroços de chumbo no lado direito do peito. O pai do criminoso o aguardava com um churrasco para comemorar o feito, e Genésio sabia de toda a combinação. O que ele não sabia era que, nessa história, assumiria o papel de principal testemunha e que sua própria vida seguiria uma trajetória atormentada”.

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