Unidades de Conservação do Acre são tema de teses de mestrado do Inpa

Tatiane Clem realizou pesquisa sobre a política educacional na floresta (Foto: Alexandre Noronha/Secom)

Os profissionais que participaram do programa Mestrado Profissional em Gestão de Áreas Protegidas (MPGAP), promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), compartilharam suas dissertações nesta sexta-feira, 24, durante seminário promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

Dos 15 mestrandos inscritos, 10 apresentaram as pesquisas. Os estudos foram realizados em Unidades de Conservação (UCs) no Acre e visam contribuir com a gestão e desenvolvimento local. Para promover o curso, o Inpa contou com a parceria do governo do Estado, Instituto Federal do Acre (Ifac), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac) e Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac).

“Essa parceria foi fundamental para viabilizar o curso em unidades de gestão, que compõem mais de 47% do território acreano. Os trabalhos de pesquisa ajudam na gestão dessas áreas protegidas, permitindo que o governo faça as avaliações necessárias para avançar na construção de UCs mais consistente, do ponto de vista da existência das populações e também da proteção da biodiversidade”, destacou Edegard de Deus, titular da Sema.

Compreendendo a importância de qualificar o quadro de servidores, a Sema proporcionou o ingresso de três gestores estaduais no programa de mestrado profissionalizante, a exemplo do biólogo Ricardo Plácido que estudou a “Viabilidade da Prática de Observação de Aves em Unidades de Conservação na Amazônia: um Estado de Caso na Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim-Pentecoste”, em Mâncio Lima.

Adepto e impulsionador da atividade de observação de aves, Ricardo explica que essa modalidade de ecoturismo, setorialmente, é a que mais cresce no mundo. “Isso demonstra uma oportunidade para o Acre que, em três anos, multiplicou a procura de observadores de outros estados”, ressaltou Plácido, que em sua pesquisa aponta a exequibilidade da atividade em unidades de conservação.

Já a professora do Ifac, Tatiane Clem realizou pesquisa sobre a política educacional na floresta, utilizando como caso de estudo a Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema. “Como eu faço parte do Conselho Deliberativo da Resex Chico Mendes, estamos estudando como a educação pode ser ofertada na unidade de uso sustentável, baseada na minha pesquisa e na própria realidade da Chico Mendes, que é diferente da Cazumbá”, aponta como desdobramento do mestrado.

Áreas protegidas

Com 87% de floresta nativa, o estado concentra 22 Unidades de Conservação (UCs) e 36 Terras Indígenas reconhecidas – 47,9% do território protegido por lei.

O governo é responsável por oito Unidades de Conservação Estadual: Chandles; Florestas Estaduais do Antimary, do Rio Gregório, do Mogno e do Rio Liberdade; Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim Pentecoste; Áreas de Proteção Ambiental Igarapé São Francisco e Lago do Amapá.

“Aproximadamente metade do território acreano é composto por áreas protegidas, onde a Sema visa a conservação e uso sustentável pelos comunitários”, explica a coordenadora do Departamento de Áreas Protegidas e Biodiversidade, Cristina Lacerda.

Uma nona UC Estadual se encontra em processo de criação: Floresta Estadual Afluente/Jurupari, localizada entre Manoel Urbano e Feijó, possui uma área de 155 mil hectares.

 

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