Governador discute hoje com Temer criação de fundo para proteger fronteiras

Encontro acontece em Rio Branco, no Acre

Governador quer maior presença do Exército nas fronteiras. – Foto: Gilberto Alves / Ministério da Defesa

Maior rota do tráfico internacional de drogas da América Latina, Mato Grosso do Sul sofre com o avanço das facções criminosas na fronteira com a Bolívia e o Paraguai. Por este motivo, nesta sext-feira, o governador Reinaldo Azambuja se reúne com o presidente Michel Temer em Rio Branco (AC), para discutir a criação do Fundo Nacional de Segurança Pública, com o intuito de fortalecer a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e dar condições para que as forças armadas tenham presença mais ativa.

Também participam Raquel Elias Ferreira Dodge, atual procuradora-geral da República do Brasil, o senador Eunício Oliveira, presidente do Senado Federal, Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de governadores de outros estados de fronteira, representantes do Judiciário, Exército, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e embaixadas da Bolívia, Peru e Colômbia. O encontro será realizado no Resort Hotel Amazônia Rio, a partir das 9h (horário local), e faz parte do 16º Fórum de Governadores Amazônia LegalAzambuja defenda a criação de um Fundo para proteger as fronteiras e cobra a presença mais efetiva da União com as forças federais, nas regiões fronteiriças. “Já apresentamos projeto nesse sentido ao Ministério da Justiça e entendemos que não adianta combater o problema da droga nos morros do Rio (de Janeiro) e grandes centros se não brindarmos as nossas fronteiras”, disse o governador.Reinaldo Azambuja tem cobrado insistentemente do governo federal a responsabilidade da União na proteção das linhas internacionais para o combate ao crime organizado que fomenta o tráfico de drogas e de armas. Para a Secretaria Estadual e Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a União atua de forma negligente neste aspecto, tanto que recentemente anunciou cortes no orçamento da PF e PRF, bem como às forças armadas, causando transtornos à corporações.

Unidades foram obrigadas a reduzir drasticamente o policiamento, principalmente em razão da conteção de combustível e gastos de energia elétrica. Uma unidade militar da fronteira chegou a recorrer ao Ministério da Defesa solicitando “empréstimo” para pagar a conta de luz.

Atualmente, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), ligado à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, é um do principais mecanismos de policiamento ostensivo. Presente nas duas fronteiras, a corporação intensifica fiscalização nas rodovias estaduais e estradas vicinais costumeiramente adotadas como rota alternativa do crime organizado, como forma de escapar dos radares da PF e PRF.

Os números apresentados pelo Governo de Mato Grosso do Sul, mostra como a fronteira do Estado com o Paraguai e a Bolívia está exposta. O número de apreensões de drogas, por exemplo, vem aumentando ano a ano. Em 2016 foram 297,4 toneladas de entorpecentes apreendidos no MS, e neste ano, até setembro, foram 357,1 toneladas. O impacto disso também é sentido no sistema penitenciário. O Estado possui capacidade para atender 7.442 detentos, mas estão nos presídios estaduais 15.290, sendo que a estimativa é de que pelo menos 6 mil foram pegos traficando drogas, ou seja, são pessoas que deveriam estar recolhidos em presídios federais.

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