Integração Amazônica possibilita formação em Administração Pública no Acre

Os estados do Amazonas e Acre se uniram com a missão de ofertar aos amazônidas das regiões mais afastadas do país formação de nível superior, com aulas em cidades distantes das capitais. E em 2013, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e a Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) deram início a esse processo, com a oferta de três turmas de bacharel em Administração Pública, na modalidade à distância, em terras acreanas.

Essa parceria se consagrou com a formatura de 82 acreanos na semana passada. Os egressos são de Tarauacá, Acrelândia e Brasileia. No primeiro se formaram 37, no segundo, 26 e no terceiro, 19. Historicamente, as turmas se tornaram as pioneiras a se graduar fora do Estado do Amazonas pela Ufam.

Olaides Mendes, de Brasileia, é uma delas. Aos 52 anos, só agora ela conseguiu o tão desejado diploma. “Sempre tive um sonho de fazer uma faculdade, e quando surgiu essa oportunidade agarrei e fui até o fim. Hoje estou muito emocionada porque isto significa tudo na minha vida. Agora posso dizer que sou uma profissional preparada e gabaritada”, sorri.

Entre risos e lágrimas, Olaides comemora o fim de uma etapa (Foto: Mágila Campos)

A formatura das três turmas foram realizadas nas respectivas cidades. Para celebrar essas conquistas e os resultados positivos do acordo, autoridades amazonenses e acreanas prestigiaram as solenidades. De Manaus, participaram o reitor da Ufam, Sylvio Puga, o diretor do Centro de Educação a Distância, Evandro Ramos, e o diretor de tutoria, Francisco Bentes.

Educação amazônica

Durante a colação de grau em Brasileia, o reitor da Ufam disse que as formaturas representam um processo de integração amazônica entre os dois estados. “Estamos trabalhando em parceria para que possamos qualificar cada vez mais as populações amazônicas, tradicionais, ribeirinhas e também a nossa população indígena. Ou seja, fazer com que as universidades amazônicas cumpram sua missão de levar a educação para os recantos mais longínquos desta floresta”, destacou Puga.

O reitor lembrou ainda que, para ofertar graduações como essas, longe do campus, é preciso parcerias sólidas como a da Secretaria de Educação do Acre, por meio da atuação dos Centros Estaduais de Educação Permanentes (Cedups). “Não fazemos nada sozinhos nem conseguiríamos tudo sem parcerias. É assim que pretendemos continuar trabalhando para formar os cidadãos brasileiros”, ressaltou.

Reitor disse que as formaturas representam um processo de integração amazônica (Foto: Mágila Campos)

De Rio Branco, estavam os representantes da SEE Marco Brandão, secretário de Educação, Cleide Prudêncio, diretora de Inovação, e Erica Neves, coordenadora de Educação Superior, além dos coordenadores dos Cedups de cada localidade.

Na ocasião, o chefe da pasta educacional acreana, explicou que os Cedups são fundamentais para a educação à distância do Estado. “Essas pessoas se formaram sem precisar se deslocar até Manaus, sem nem mesmo precisar sair de suas cidades, graças aos polos que estão instalados nos seus municípios. Na prática significa que a nossa educação está conectada com as demandas do século 21,  vencendo as barreiras sociais, culturais e geográficas”, disse Brandão.

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