Primeira fase contempla 25 produtores com mil horas de máquina
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 Governo do Estado desenvolve projeto de abertura de tanques para pequenos produtores rurais no Vale do Juruá (Foto: Flaviano Schneider) |
Em continuidade ao programa de incentivo à piscicultura no Vale do Juruá, o governo do Estado está desenvolvendo um projeto de abertura de tanques para pequenos produtores rurais da região de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Nesta primeira fase são oferecidas mil horas/máquina, cabendo a cada produtor 40 horas.
Segundo o gerente da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Franco Severiano, o governador Tião Viana foi ousado quando criou o programa de piscicultura para o Acre, objetivando que o Estado se tornasse referência nacional na produção de peixe. “O governo está investindo R$ 53 milhões, o que resultará em uma fábrica de ração em Rio Branco, centros de alevinagem em Rio Branco e Cruzeiro do Sul, indústria de peixe na capital e em Cruzeiro do Sul em parceria com a Colônia de Pescadores um setor de filetagem de peixe. É um programa ousado e requer determinação”.
Franco, em companhia do engenheiro de pesca Ellan Paes vistoriou os trabalhos em execução e pode testemunhar a satisfação dos produtores atendidos. Orleilson de Oliveira Lima, morador na Colônia Assis Brasil, em Cruzeiro do Sul, está sendo beneficiado com dois tanques. Ele contou que há três anos já pensava em iniciar a criação de peixes na propriedade, tendo inclusive adquirido os canos. A propriedade de 70 hectares pertencia ao seu avô. Com o tempo os filhos e netos foram constituindo família e fazendo casas de modo que hoje há mais de 30 famílias residindo ali. Todos são agricultores e tem a farinha como principal produto. Agora, a produção de peixes vai atender inicialmente a própria família, o que lhes dará mais segurança alimentar.
O pequeno produtor José Gonçalves tem uma pequena propriedade no Pólo Agroflorestal de Rodrigues Alves. Com as horas de máquina a que tinha direito abriu um tanque onde vai iniciar sua produção. Ele conta que ficou muito contente com a ação do governo em apoiar os pequenos produtores e já vem escolhendo as áreas para fazer pelo menos mais dois tanques.
Segundo o engenheiro Ellan há alguns requisitos para alguém se candidatar às horas de máquina. Primeiramente tem que ser produtor rural, excluindo-se funcionários e pessoas que tem renda. O governo então manda um técnico para fazer a análise do terreno para identificar os locais que tem aptidão para a piscicultura. O produtor tem que arcar com o combustível e os canos, o governo, além das máquinas, fornece a assistência técnica.
Casa Reviver
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus (Iead) está em fase de instalação na Colônia Assis Brasil de um centro de recuperação de dependentes químicos, denominado ‘Casa Reviver’ e tem como parceiro o governo do Estado. O empreendimento também foi beneficiado com abertura de tanques. O pastor presidente da Iead em Cruzeiro do Sul, Carlos Alberto Santos e o pastor administrador da ‘Casa Reviver’, Davi Santiago, foram ver as obras dos tanques e demonstraram sua satisfação com o apoio do governo.
Segundo o pastor Davi, a Assembleia de Deus tem um histórico de amparo às pessoas em vulnerabilidade social. A igreja de Cruzeiro do Sul já atua há 15 anos em parceria com casas em Rio Branco, Porto Velho e São Paulo, mas como o poder aquisitivo dos dependentes é geralmente zero decidiu instalar um centro próprio de recuperação. O pastor conta que a instalação de tanques para produção de peixes visa oferecer oportunidade de trabalho para os dependentes e em três anos atingir a autosustentabilidade. “Em princípio vamos trabalhar com cerca de 20 pessoas apesar de a estrutura da casa ser preparada para até 48 pessoas. Por necessidade social e procurando amparar as pessoas em situação de vulnerabilidade é que a igreja está instalando a Casa Reviver para todo o Vale do Juruá. Nossa meta é trabalhar a autosustentabilidade. Nosso principal parceiro é o governo do estado e o objetivo é que em três anos trabalhando alcancemos este patamar”.
