Visando facilitar o processo de habilitação para pessoas com deficiência física, o Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran/AC) viabilizou o curso de formação de instrutor de trânsito para cadeirantes.
O curso de formação se encerrou nesta segunda-feira, 19, e formou o primeiro instrutor cadeirante do estado. Ministrado pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), a capacitação teve duração de dois meses, com carga horária de 180 horas.
“A intenção é humanizar o atendimento, já que essa pessoa tem a competência necessária para colaborar e compreender o universo de quem tem necessidades especiais”, explica o diretor-geral do Detran, Pedro Longo.
Instrutor cadeirante
Servidor público e estudante do 5° período do curso de Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Raimundo da Rocha Pereira, 36 anos, conta sua experiência e pretensões sendo o primeiro instrutor cadeirante.
“Mesmo já dirigindo há três anos, para mim foi um grande desafio. Estou tranquilo e alegre por ter feito esse curso, pois vou poder ajudar pessoas que, assim como eu, tenham limitações físicas a acessar a habilitação por meio do aprendizado necessário para dirigir com segurança”, enfatiza Raimundo da Rocha.
Uma das dificuldades apontadas pela categoria é a falta de compreensão por parte de alguns instrutores que, por não fazer parte desse universo, acabam não tendo a possibilidade de compreensão das limitações, o que pode prejudicar o aprendizado das pessoas com deficiência.
“A dificuldade de locomoção do cadeirante pode ser um dos fatores para que ele se feche para o mundo, para novas possibilidades, o que muitas vezes pode gerar uma depressão. Então poder colaborar para facilitar a locomoção por meio da obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é uma honra pra mim”, ressalta o instrutor de trânsito.
Dificuldades e melhorias
Mesmo sendo assegurada por lei, a obtenção da CNH nem sempre é tão fácil, pois o cidadão precisa de um veículo adaptado de acordo com suas necessidades e nem sempre as autoescolas dispõem desse serviço.
Para auxiliar nesse processo o Detran disponibilizou ao sindicato das autoescolas um veículo adaptado o que juntamente com a formação do instrutor cadeirante deve diminuir os custos do processo de habilitação de pessoas com deficiência física.
“Antes essas pessoas tinham que pagar o valor do processo de habilitação e o aluguel de um carro adaptado, o que onerava excessivamente a obtenção da CNH. Por isso nos empenhamos em buscar parcerias que garantam a integração, sem que precisem desembolsar valores excessivos”, explicou Pedro Longo.
